Quem não viu, não terá o privilégio de guardar aqueles momentos na memória, mas terá um outro ainda mais importante: o de viver no mesmo espaço que aqueles jovens, sabendo que eles, aquelas centenas quase milhar, representantes de muitos outros mil, estão firmemente comprometidos com a luta do seu povo, da juventude a que pertencem, a portuguesa.
Eram mares as bandeiras e os punhos, ondulando firmes e levantados. Eram imensos as mentes a procurar caminhos, imensos como intensos os rumos traçados. Seguros, aqueles jovens, de que a sua luta ao lado dos trabalhadores e mesmo enquanto trabalhadores, será vitoriosa. Não nos restam dúvidas de que sim!
Bom trabalho!
Tuesday, May 23, 2006
O complemento solidário de reforma para idosos - ou a fraude reaccionária contra idosos
Complemento solidário para idosos - Ora aqui está um nome pomposo para uma expressão que poderia ser melhor resumida na expressão: “os velhos que se danem”. O Governo, que já nos vai habituando às suas investidas contra os próprios que o elegeram, anunciou há pouco tempo a sua nova fórmula mágica para combater a pobreza nas camadas mais velhas da população. Quando, em campanha eleitoral, o actual Primeiro-Ministro sorria para os idosos prometendo-lhes que nenhum receberia valores de pensão abaixo dos 300€, todos, idosos e outros, pensávamos que o Engenheiro estava a prometer uma subida das pensões, uma medida positiva entre tantas, anunciadas nesse efusivo período de propaganda. Sinceramente, com tanto acumular de mentiras destes senhores, esperávamos já que esta fosse apenas mais uma patranha.
A visão da qual parte o Governo é a de que os idosos são uns gatunos, que importa controlar mais que os grandes grupos económicos. Além disso, o que era prometido começa a ser afinal uma promessa desfeita. Ao invés de fazer as pensões convergirem no sentido do salário mínimo nacional (ainda assim baixo), o governo mostra o respeito que não tem por quem trabalhou uma vida inteira e que vive agora em situações muito complicadas de miséria ou pobreza extrema. São centenas de milhar os idosos que precisam do Estado na garantia da sua subsistência. São muitos os que não têm dinheiro para aviar as receitas do médico.
Vai daí, em vez de aumentar, como dizia, as pensões, o governo decide implementar um complemento solidário, que mais é uma esmola caritária para idosos em situação de pobreza extrema. Curioso é o facto de que o PS propunha-se a tirar 300.000 idosos da pobreza e afinal só vai atribuir o complemento a 40.000 (cerca de 11% do prometido – num teste seria uma negativa medíocre e assustadora). Como se tal não bastasse, o governo decide, numa atitude a roçar tempos de outrora, bastante mais escuros e decadentes, contar com os rendimentos dos filhos destes idosos para fazer o cálculo e mesmo decidir do deferimento do complemento. Ora, a solidariedade a que o governo se refere é afinal um novo dever, não um novo direito, mas um novo dever: o dever dos trabalhadores passarem a ser responsáveis pelo seu próprio envelhecimento, mais pelo dos seus pais. Só disso não viria grande mal ao mundo… a questão central é que, no meio disto tudo o governo arranjou maneira de demitir o Estado dessa sua função central: a da protecção social.
Assim, o nosso magnífico executivo “socialista” vem introduzir mais um factor de desequilíbrio entre idosos: entre aqueles cujos filhos não se importam de divulgar os seus rendimentos e com esses ajudar os pais e entre aqueles, cujos filhos não querem sequer declarar os rendimentos e que, por isso, não poderão obter o tal complemento. Que divisão social é esta? Que diferença existe entre uns e outros idosos?
Outra questão que não deixa de me repugnar é a forma como o governo encara os idosos. Um pouco como parasitas ingratos e trapaceiros da sociedade portuguesa, o que é comprovado pelo vómito verbal de uma representante do governo na assembleia da república em reunião de comissão: “Vocês não fazem ideia dos esquemas e trapaças que os reformados do interior são capazes de fazer só para conseguir o complemento. As funcionárias da Seg. Social, como até sentem pena dos velhotes, ajudam-nos a obter a prestação.” Ora é esta concepção fascizante e anormal que os leva a impor um conjunto de documentos a apresentar mais uma multiplicidade de documentos e formulários a preencher para que um idoso possa requerer o complemento. Estamos todos convictos que, com a assustadora taxa de analfabetismo entre idosos, estas pessoas vão conseguir ultrapassar esta barreira burocrática com um sorriso. Aos trabalhadores o que é seu, seus gatunos!
“a solidariedade familiar não se impõe por decreto”
A visão da qual parte o Governo é a de que os idosos são uns gatunos, que importa controlar mais que os grandes grupos económicos. Além disso, o que era prometido começa a ser afinal uma promessa desfeita. Ao invés de fazer as pensões convergirem no sentido do salário mínimo nacional (ainda assim baixo), o governo mostra o respeito que não tem por quem trabalhou uma vida inteira e que vive agora em situações muito complicadas de miséria ou pobreza extrema. São centenas de milhar os idosos que precisam do Estado na garantia da sua subsistência. São muitos os que não têm dinheiro para aviar as receitas do médico.
Vai daí, em vez de aumentar, como dizia, as pensões, o governo decide implementar um complemento solidário, que mais é uma esmola caritária para idosos em situação de pobreza extrema. Curioso é o facto de que o PS propunha-se a tirar 300.000 idosos da pobreza e afinal só vai atribuir o complemento a 40.000 (cerca de 11% do prometido – num teste seria uma negativa medíocre e assustadora). Como se tal não bastasse, o governo decide, numa atitude a roçar tempos de outrora, bastante mais escuros e decadentes, contar com os rendimentos dos filhos destes idosos para fazer o cálculo e mesmo decidir do deferimento do complemento. Ora, a solidariedade a que o governo se refere é afinal um novo dever, não um novo direito, mas um novo dever: o dever dos trabalhadores passarem a ser responsáveis pelo seu próprio envelhecimento, mais pelo dos seus pais. Só disso não viria grande mal ao mundo… a questão central é que, no meio disto tudo o governo arranjou maneira de demitir o Estado dessa sua função central: a da protecção social.
Assim, o nosso magnífico executivo “socialista” vem introduzir mais um factor de desequilíbrio entre idosos: entre aqueles cujos filhos não se importam de divulgar os seus rendimentos e com esses ajudar os pais e entre aqueles, cujos filhos não querem sequer declarar os rendimentos e que, por isso, não poderão obter o tal complemento. Que divisão social é esta? Que diferença existe entre uns e outros idosos?
Outra questão que não deixa de me repugnar é a forma como o governo encara os idosos. Um pouco como parasitas ingratos e trapaceiros da sociedade portuguesa, o que é comprovado pelo vómito verbal de uma representante do governo na assembleia da república em reunião de comissão: “Vocês não fazem ideia dos esquemas e trapaças que os reformados do interior são capazes de fazer só para conseguir o complemento. As funcionárias da Seg. Social, como até sentem pena dos velhotes, ajudam-nos a obter a prestação.” Ora é esta concepção fascizante e anormal que os leva a impor um conjunto de documentos a apresentar mais uma multiplicidade de documentos e formulários a preencher para que um idoso possa requerer o complemento. Estamos todos convictos que, com a assustadora taxa de analfabetismo entre idosos, estas pessoas vão conseguir ultrapassar esta barreira burocrática com um sorriso. Aos trabalhadores o que é seu, seus gatunos!
“a solidariedade familiar não se impõe por decreto”
Tuesday, May 09, 2006
Suspensão de contributos
Estou em Atenas, a Helénica.
Por isso mesmo, os meus posts não aparecerão antes da próxima semana, provavelmente.
Desafio o mamute para tapar a lacuna provocada pela minha ausência involuntária.
Até breve.
A luta continua!
Por isso mesmo, os meus posts não aparecerão antes da próxima semana, provavelmente.
Desafio o mamute para tapar a lacuna provocada pela minha ausência involuntária.
Até breve.
A luta continua!
Wednesday, May 03, 2006
1 de Maio (sempre em tempo)
O mamutemorto atrasou-se na escrita sobre as comemorações da Revolução de Abril, mas esteve a tempo na participação e trabalho. Está, portanto, salvaguardado o atraso de tão oportuno texto.
Está agora em falta um não menos necessário texto sobre o dia do Trabalhador, dia em que Abril faz ainda mais sentido, dia aliás em que abril cresce até ser maio.
E neste primeiro dia de maio estiveram nas ruas os homens e as mulheres, comemorando aquilo que já não é só uma evocação de Haymarket, é a celebração da luta e a demonstração viva do confronto agudo de classes e da capacidade de evidenciar direitos dos trabalhadores. Direitos ofendidos, retirados, direitos esmagados, mas que não passam sem luta, mas que não ficarão para trás na construção do futuro.
Eram, segundo a polícia 30 mil. a polícia... outra polícia foi quem marcou este dia a sangue de operário em chicago, carregando sobre homens que queriam apenas um horário de trabalho digno de um ser humano. Mas eram, como dizia, segundo a polícia, 30 mil. 30 mil trabalhadores, homens, mulheres, jovens e até reformados. Eram mais, claro está. Eram os suficientes para encher a alameda universitária de lisboa enquanto ainda a marcha saía do estádio primeiro de maio. Mas eram mais. Eram mais uns quantos milhares por esse país a fora. Por onde houvesse um trabalhador. Foram muitas as marchas. os comícios. as votações. Foram muitos os jovens que participaram no seu primeiro primeiro de maio. muitos os trabalhadores que o voltaram a lembrar... em luta!
E a ofensiva não parará. Mas um dia cederá nas suas forças ilusoriamente e cairá às nossas mãos. Mas o que importa é que a resistência é mais forte, que a vida une cada vez mais trabalhadores. O que importa é saber que esta marcha não pára por um só dia, nem que seja feriado nacional. O que importa é saber que a direita, seja pelas trapaçarias do PS, seja pelas vergonhas do PSD, contará sempre com a resistência. Resistência da esquerda comunista. Mas acima de tudo, resistência dos que trabalham.
Está agora em falta um não menos necessário texto sobre o dia do Trabalhador, dia em que Abril faz ainda mais sentido, dia aliás em que abril cresce até ser maio.
E neste primeiro dia de maio estiveram nas ruas os homens e as mulheres, comemorando aquilo que já não é só uma evocação de Haymarket, é a celebração da luta e a demonstração viva do confronto agudo de classes e da capacidade de evidenciar direitos dos trabalhadores. Direitos ofendidos, retirados, direitos esmagados, mas que não passam sem luta, mas que não ficarão para trás na construção do futuro.
Eram, segundo a polícia 30 mil. a polícia... outra polícia foi quem marcou este dia a sangue de operário em chicago, carregando sobre homens que queriam apenas um horário de trabalho digno de um ser humano. Mas eram, como dizia, segundo a polícia, 30 mil. 30 mil trabalhadores, homens, mulheres, jovens e até reformados. Eram mais, claro está. Eram os suficientes para encher a alameda universitária de lisboa enquanto ainda a marcha saía do estádio primeiro de maio. Mas eram mais. Eram mais uns quantos milhares por esse país a fora. Por onde houvesse um trabalhador. Foram muitas as marchas. os comícios. as votações. Foram muitos os jovens que participaram no seu primeiro primeiro de maio. muitos os trabalhadores que o voltaram a lembrar... em luta!
E a ofensiva não parará. Mas um dia cederá nas suas forças ilusoriamente e cairá às nossas mãos. Mas o que importa é que a resistência é mais forte, que a vida une cada vez mais trabalhadores. O que importa é saber que esta marcha não pára por um só dia, nem que seja feriado nacional. O que importa é saber que a direita, seja pelas trapaçarias do PS, seja pelas vergonhas do PSD, contará sempre com a resistência. Resistência da esquerda comunista. Mas acima de tudo, resistência dos que trabalham.
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