Por diversas vezes ao longo da história, os comunistas têm sido apelidados de “burocratas”. Embora esta acusação seja essencialmente fruto do chorrilho de histeria anticomunista por alturas da experiência soviética, ela tem-se mantido ainda hoje.
Nesta acusação, como aliás em muitas outras, confluem as opiniões de trotskyistas, anarquistas e, ultimamente em Portugal, também dos auto-proclamados ex-Estalinistas. Claro que, em outras acusações, porventura mais importantes no que toca ao posicionamento das forças políticas no tabuleiro da luta de classes, estes três referidos apêndices resquiciais da influência capitalista nos movimentos de esquerda e populares convergem ainda com as grandes forças mais reaccionárias e mais conservadoras da sociedade.
Claro está que, quando toca à defesa dos privilégios da burguesia, esquerdistas, pseudo-radicais e direita dão as mãos numa união capaz de enternecer um rochedo.
Mas, de volta à acusação de burocracia.
Diz-nos esta palavra, pela sua análise etimológica e pela sua decomposição em radicais que o burocrata é aquele que utiliza a força (do grego, krátos) pela via do gabinete (escritório – do francês, bureau). Ora, não me motiva aqui hoje a desmontagem do discurso anticomunista do passado, mas sim o do presente.
Vejamos onde se encontram hoje muitos dos trotskyistas portugueses da antiga LCI e do PSR, muitos dos Estalinistas da UDP, muitos auto-proclamados anarco-guevaristas e outras invenções do género. Encontrá-los-emos no saco de gatos político-partidário-movimentista-situacionista-oportunista-anticomunista que é o bloco de esquerda. São estes mesmos senhores que apelidam recorrentemente os comunistas de burocratas.
Ora, recentemente, tivemos duas boas provas no nosso país que evidenciaram o binómio antagonista burocracia / democracia (novamente, peço que entendam aqui democracia como a tal laocracia a que me refiro aqui).
A chamada “lei da paridade”.
A alteração à “lei eleitoral” – limitação de mandatos.
Curiosamente, o bloco não temeu qualquer acusação de burocrata, porque se há ciência que este grupelho domina é a do oportunismo, na qual, aliás, seus membros devem ter formação avançada. Claro que o bloco sabe perfeitamente que tem sempre a comunicação social do seu lado, pelo menos não atacando, e neste caso, gozava ainda do facto de ser capachinho do PS mais retrógrado dos últimos anos.
Mas o que têm estas leis? Estas leis são imposições burocráticas directas à liberdade de eleger e ser eleito, constitucionalmente garantidas. Esta é uma típica demonstração de como o bloco conceptualiza as massas. Para o bloco de esquerda, o povo é apenas uma massa de irracionais e brutos, para quem são necessárias leis que digam em quem não se pode votar. Para o bloco, o povo é apenas uma massa acéfala, sendo que o bloco e principalmente o Louça são a central nevrálgica, o cérebro a bem-dizer. É no seio deste partido que todas as operações sinápticas se dão.
É neste sentido que o bloco apoia ferverosamente estas limitações às liberdades e direitos dos cidadãos portugueses, querendo impedir os partidos e os cidadãos que não partilhem das mesmas premissas que os iluminados de se candidatarem a cargos públicos. Ou seja, para o bloco, o povo não tem capacidade de escolher, portanto, o bloco escolhe.
Burocractas? O que não conseguem resolver nas urnas querem resolver por força de leis aprovadas longe dos cidadãos, aproveitando e cavalgando ondas demagógicas ao estilo da direita populista.
Impor por força de lei que todas as listas incluem pelo menos um terço de cada sexo na sua composição não é mais que aplicar uma visão mistificada da política e das relações humanas e de produção, esquecer o conceito de classe e desviar a resolução de um problema sério para a esfera do oportunismo. Impor por força de lei que esta ou aquela pessoa não pode candidatar-se porque já lá esteve tempo demais é contribuir para reforçar dois grandes vectores da acção de mistificação do sistema capitalista e dos partidos seus sustentáculos.
I. a corrupção é uma característica humana que grassa independentemente de convicções políticas, formas de exercício de poder e da classe.
II. a corrupção e má-gestão, a relação entre cidadão e exercício do poder são independentes dos partidos em cujas listas se inseria o cidadão e, por consequência, independentes das ideologias seguidas por cada partido e pelas formas de funcionamento deste.
Ora, em boa análise, ambos os anteriores vectores concorrem para um mesmo ponto: o da ilibação dos partidos das tropelias, corrupções e outros atropelos à democracia que por aí se praticam. Os comunistas já entenderam que não há avanços democráticos que advenham da secretaria. Os comunistas não concordam com os parasitas do poder local, por isso lutam com as populações no sentido da consciencialização das massas para um voto diferente. O bloco poupa-se ao trabalho de sapa, o bloco apoia leis que lhe tirem os obstáculos da frente. Em vez de se empenhar na queda do Alberto com as massas, os jovens, as mulheres e os homens da Madeira, que dá trabalho, o bloco defende que se aplique uma lei que o impede de candidatar-se no futuro. Sai ileso o PSD, saem desmobilizados os cidadãos madeirenses. Sai um sorriso de Louçã nos jornais.
Thursday, June 22, 2006
Wednesday, June 21, 2006
A Destruição do Ser na Educação de Massas - parte II
Dizia então que urge desmascarar a linguagem do grande capital no que toca à educação, pois ela é apenas mais uma expressão da forte ofensiva contra a emancipação dos trabalhadores de todo o mundo. Ofensiva que, no que toca à Educação, tem como principal objectivo a destruição do Ser humano enquanto tal. De acordo com os desígnios do capitalismo, Ser é algo que ficará ao alcance apenas da elite, o que aliás, já hoje se vem verificando.
O Processo de Bolonha é um óptimo exemplo de estratégia capitalista. A forma como tem sido propulsionado, propagandeado e implementado está repleta dos já habituais malabarismos retóricos do poder capitalista, com o apoio incondicional dos Estados submissos à sua lógica.
O chamado Processo de Bolonha não é mais que um plano de internacionalização do ensino enquanto mercado e enquanto fonte de mão-de-obra para o mercado. A formação do Homem, da Mulher, é esquecida. A grande questão passa a ser a sua empregabilidade, a sua competitividade, conceitos tão vagos quanto o necessário para justificar em novo léxico as velhas aspirações d patronato.
O que é a destruição do Ser?
O Ser humano, os homens, as mulheres, os jovens, distinguem-se dos animais essencialmente pela capacidade de trabalhar recorrendo a ferramentas, que radica no facto de serem capazes de efectuar um desenvolvimento do conhecimento que adquirem bastante superior àquilo que se verifica nos outros animais. Assim, biologicamente, somos diferentes porque a nossa adaptação ao meio estagnou anatomicamente e passou a fazer-se intelectualmente. Ou seja, estagnámos no curso evolutivo, porque as ferramentas que criamos são a nossa adaptação ao meio. Os outros animais, adaptam o seu próprio corpo às novas condições, o polegar oponível possibilitou-nos a manutenção da forma física, adaptando a ferramenta. O desenvolvimento da ferramenta, seja ela física, informática ou intelectual, é fruto do desenvolvimento do conhecimento. O desenvolvimento do Ser Humano está interligado com esta capacidade de interpretar para além de executar. O Homem, na plenitude do termo, é um ser que pode saber enroscar um parafuso, mas o essencial é que o homem compreende porque é que o parafuso enrosca neste sentido e não no outro.
Se, de futuro, o Homem passar a aprender exclusivamente a enroscar o parafuso, sem entender o porquê da operação, então, uma parte significativo daquilo que o faz humano, está castrada. O seu Ser está debilitado.
A destruição do Ser é o mecanismo do capital para manter as massas em condição submissa e incapaz de reivindicar, incapaz de compreender as relações de produção tanto quanto será incapaz de entender as leis da física ou a evolução da filosofia. Resguardar a formação avançada, ou seja, o conhecimento, aos que podem pagá-lo é a garantia do capital de que o conhecimento estará sempre e prolongadamente ao seu serviço. A criação de novos contingentes de máquinas humanas é uma condição para o avanço que o capitalismo almeja de momento. A elite detém o conhecimento, as massas, apenas as competências.
Como é que Bolonha determina uma maior elitização do Ensino Superior?
Se Bolonha orienta o Ensino Superior num conjunto de países para um espaço europeu, vários problemas se colocam:
A chamada “Fronteira Tecnológica” – à luz da lógica mercantilista e economicista do capital e dos seus centros de decisão, a economia de escala é um requisito para o sucesso de qualquer sistema, para qualquer rede de meios que sustente um sistema produtivo. Ora, para o capital, como para a actual Europa (com dignas excepções como a Bielorrússia), o Ensino é um óptimo mercado, no qual os sistemas educativos são a rede de meios de produção. Sendo o Ensino um mercado gigantesco, bem como um poderoso meio para o controlo ideológico de massas, importa aplicar-lhe as regras básicas do capital e dos seus mercados – diminuição de custos, aumento de lucros. A fronteira tecnológica é o eixo Alemanha, França, Holanda e Inglaterra, centro de concentração de meios educativos e científicos.
A gestão de recursos no sentido da diminuição de custos, alargando a escala, significa directamente, economia de escala num novo universo – o espaço capitalista europeu. Isto significa que, para o capital e os seus estados, passará a ser ridículo manter diversidade na formação nos diversos estados. A concentração de meios dispendiosos é bastante mais racional que a sua desconcentração. Assim, seria impensável manter centros de investigação científica de vanguarda, ou mesmo universidades, em cada país, incluindo aqueles onde o tecido produtivo se baseia nos serviços e na construção civil, como é o caso de Portugal. Seria impensável para o capital, a ideia de sustentar múltiplos centros de excelência em múltiplos países. O capital tem estratégia internacional e ela é, sempre, contrária à vontade dos povos. Assim, aquilo que o povo português quer de Portugal, não é certamente o mesmo que o capital transnacional deseja. Neste sentido, para países de mão-de-obra barata, pouca formação.
A concentração dos meios será feita, obviamente, onde se verificar menos dispendiosa e mais capaz de gerar lucro – é aí que surge a Fronteira Tecnológica. Nome bonito para “Grandes Estados da Federação Europeia”.
A parte I deste post motivou, no entanto, legítimas dúvidas em torno da Educação por competências. A parte III aí irá e o modelo de Ensino supostamente defendido por Bolonha será o mote.
O Processo de Bolonha é um óptimo exemplo de estratégia capitalista. A forma como tem sido propulsionado, propagandeado e implementado está repleta dos já habituais malabarismos retóricos do poder capitalista, com o apoio incondicional dos Estados submissos à sua lógica.
O chamado Processo de Bolonha não é mais que um plano de internacionalização do ensino enquanto mercado e enquanto fonte de mão-de-obra para o mercado. A formação do Homem, da Mulher, é esquecida. A grande questão passa a ser a sua empregabilidade, a sua competitividade, conceitos tão vagos quanto o necessário para justificar em novo léxico as velhas aspirações d patronato.
O que é a destruição do Ser?
O Ser humano, os homens, as mulheres, os jovens, distinguem-se dos animais essencialmente pela capacidade de trabalhar recorrendo a ferramentas, que radica no facto de serem capazes de efectuar um desenvolvimento do conhecimento que adquirem bastante superior àquilo que se verifica nos outros animais. Assim, biologicamente, somos diferentes porque a nossa adaptação ao meio estagnou anatomicamente e passou a fazer-se intelectualmente. Ou seja, estagnámos no curso evolutivo, porque as ferramentas que criamos são a nossa adaptação ao meio. Os outros animais, adaptam o seu próprio corpo às novas condições, o polegar oponível possibilitou-nos a manutenção da forma física, adaptando a ferramenta. O desenvolvimento da ferramenta, seja ela física, informática ou intelectual, é fruto do desenvolvimento do conhecimento. O desenvolvimento do Ser Humano está interligado com esta capacidade de interpretar para além de executar. O Homem, na plenitude do termo, é um ser que pode saber enroscar um parafuso, mas o essencial é que o homem compreende porque é que o parafuso enrosca neste sentido e não no outro.
Se, de futuro, o Homem passar a aprender exclusivamente a enroscar o parafuso, sem entender o porquê da operação, então, uma parte significativo daquilo que o faz humano, está castrada. O seu Ser está debilitado.
A destruição do Ser é o mecanismo do capital para manter as massas em condição submissa e incapaz de reivindicar, incapaz de compreender as relações de produção tanto quanto será incapaz de entender as leis da física ou a evolução da filosofia. Resguardar a formação avançada, ou seja, o conhecimento, aos que podem pagá-lo é a garantia do capital de que o conhecimento estará sempre e prolongadamente ao seu serviço. A criação de novos contingentes de máquinas humanas é uma condição para o avanço que o capitalismo almeja de momento. A elite detém o conhecimento, as massas, apenas as competências.
Como é que Bolonha determina uma maior elitização do Ensino Superior?
Se Bolonha orienta o Ensino Superior num conjunto de países para um espaço europeu, vários problemas se colocam:
A chamada “Fronteira Tecnológica” – à luz da lógica mercantilista e economicista do capital e dos seus centros de decisão, a economia de escala é um requisito para o sucesso de qualquer sistema, para qualquer rede de meios que sustente um sistema produtivo. Ora, para o capital, como para a actual Europa (com dignas excepções como a Bielorrússia), o Ensino é um óptimo mercado, no qual os sistemas educativos são a rede de meios de produção. Sendo o Ensino um mercado gigantesco, bem como um poderoso meio para o controlo ideológico de massas, importa aplicar-lhe as regras básicas do capital e dos seus mercados – diminuição de custos, aumento de lucros. A fronteira tecnológica é o eixo Alemanha, França, Holanda e Inglaterra, centro de concentração de meios educativos e científicos.
A gestão de recursos no sentido da diminuição de custos, alargando a escala, significa directamente, economia de escala num novo universo – o espaço capitalista europeu. Isto significa que, para o capital e os seus estados, passará a ser ridículo manter diversidade na formação nos diversos estados. A concentração de meios dispendiosos é bastante mais racional que a sua desconcentração. Assim, seria impensável manter centros de investigação científica de vanguarda, ou mesmo universidades, em cada país, incluindo aqueles onde o tecido produtivo se baseia nos serviços e na construção civil, como é o caso de Portugal. Seria impensável para o capital, a ideia de sustentar múltiplos centros de excelência em múltiplos países. O capital tem estratégia internacional e ela é, sempre, contrária à vontade dos povos. Assim, aquilo que o povo português quer de Portugal, não é certamente o mesmo que o capital transnacional deseja. Neste sentido, para países de mão-de-obra barata, pouca formação.
A concentração dos meios será feita, obviamente, onde se verificar menos dispendiosa e mais capaz de gerar lucro – é aí que surge a Fronteira Tecnológica. Nome bonito para “Grandes Estados da Federação Europeia”.
A parte I deste post motivou, no entanto, legítimas dúvidas em torno da Educação por competências. A parte III aí irá e o modelo de Ensino supostamente defendido por Bolonha será o mote.
Friday, June 16, 2006
Medonho Correio
Pronto.
Eu não consigo mais passar naquele café se não fizer isto hoje aqui.
Não é meu hábito escrever textos de maledicência directamente dirigidos a um indivíduo específico. Mas de hoje não passa.
Eu sou daqueles infelizes que, na sua ida para o trabalho, tem o hábito de parar num tasco e beber o café para acordar. Infeliz, não pela qualidade do tasco, que a tem toda para merecer semelhante epíteto, mas pela reduzida escolha jornalística que oferece. É que este tasco só tem dois jornais pela manhã, que são os mesmo que tem pela tarde.
Assim, todas as manhãs passo os olhos no Correio da Manhã e, três vezes por semana, posso regalá-los no Setubalense.
E não há um único dia em que não venham os restos do jantar do dia anterior à boca ao passar os olhos naquele jornal de sarjeta, que é o que aquilo é.
Claro que todo o jornal é uma náusea, desde os desenhos dos pretos que assaltam crianças, até à forma como tratam os assuntos da política nacional, passando pelas primeiras páginas que mais não são senão propaganda anti-democrática e anti-parlamentar.
Mas, confesso, se tudo isso me enoja, é, simultaneamente, algo que compreendo. Aquele "jornal", a sua direcção e edição estão a cumprir o seu papel. Por isso é que tenho nutrido um ódio especial por um anormal que escreve na última página. Dá pelo nome de Ferreira Fernandes e deve ter um daqueles cursos superiores em TUDO.
Ele dá aulas de ética e moral, desporto, política, economia, religião e por aí fora, sem limites nem barreiras que o possam calar. Ora este energúmeno fala de tudo com tal displicência que juro que é das poucas pessoas a quem me apetece bater, mas bater mesmo.
Este senhor julga que pode dizer o que quiser de quem quiser, dando-se ao luxo de insultar os mortos, fazendo-se valer duma sapiência de algibeira que foi buscar aos filmes do hollywood.
Tirem esse homem daí, o CM não precisa de ir tão baixo para ser mau... a sério, ganham o prémio de melhor papel higiénico para suínos mesmo sem o Ferreira Fernandes.
Eu não consigo mais passar naquele café se não fizer isto hoje aqui.
Não é meu hábito escrever textos de maledicência directamente dirigidos a um indivíduo específico. Mas de hoje não passa.
Eu sou daqueles infelizes que, na sua ida para o trabalho, tem o hábito de parar num tasco e beber o café para acordar. Infeliz, não pela qualidade do tasco, que a tem toda para merecer semelhante epíteto, mas pela reduzida escolha jornalística que oferece. É que este tasco só tem dois jornais pela manhã, que são os mesmo que tem pela tarde.
Assim, todas as manhãs passo os olhos no Correio da Manhã e, três vezes por semana, posso regalá-los no Setubalense.
E não há um único dia em que não venham os restos do jantar do dia anterior à boca ao passar os olhos naquele jornal de sarjeta, que é o que aquilo é.
Claro que todo o jornal é uma náusea, desde os desenhos dos pretos que assaltam crianças, até à forma como tratam os assuntos da política nacional, passando pelas primeiras páginas que mais não são senão propaganda anti-democrática e anti-parlamentar.
Mas, confesso, se tudo isso me enoja, é, simultaneamente, algo que compreendo. Aquele "jornal", a sua direcção e edição estão a cumprir o seu papel. Por isso é que tenho nutrido um ódio especial por um anormal que escreve na última página. Dá pelo nome de Ferreira Fernandes e deve ter um daqueles cursos superiores em TUDO.
Ele dá aulas de ética e moral, desporto, política, economia, religião e por aí fora, sem limites nem barreiras que o possam calar. Ora este energúmeno fala de tudo com tal displicência que juro que é das poucas pessoas a quem me apetece bater, mas bater mesmo.
Este senhor julga que pode dizer o que quiser de quem quiser, dando-se ao luxo de insultar os mortos, fazendo-se valer duma sapiência de algibeira que foi buscar aos filmes do hollywood.
Tirem esse homem daí, o CM não precisa de ir tão baixo para ser mau... a sério, ganham o prémio de melhor papel higiénico para suínos mesmo sem o Ferreira Fernandes.
Monday, June 05, 2006
A destruição do Ser na Educação de massas - parte I
A educação preenche um lugar insubstituível nas sociedades humanas, na construção da sua história e na estruturação das relações entre os homens. A educação de massas é, por isso, talvez o mais potente instrumento de controlo de massas, como pode ser o mais poderoso dos instrumentos para a libertação.
A edificação de uma consciência humana está profundamente interligada com a educação e com a forma como se aprende e com o que se aprende. Daí que dominar os sistemas educativos de Estado e de Massas (desde as escolas de todos os graus, à produção literária, passando pelos meios de comunicação social) seja um passo determinante para a consolidação do poder do imperialismo e do capitalismo.
Condicionar a mente dos homens e das mulheres entre determinados parâmetros, reservando o conhecimento apenas a quem está intmamente ligado à subsistência do sistema é um passo primordial.
Vem isto a propósito do novo chavão da direita para justificar todo o ataque dirigido ao sistema educativo português: "deixar de basear a educação na transmissão de conhecimentos e passar a desenvolvê-la com o objectivo da aquisição de competências".
Importa desmontar esta frase aparentemente inócua.
A superação colectiva do actual estado social passa pela construção progressiva de um Homem livre, consciente, pleno; numa relação paralela à evolução da sociedade. O Homem não será totalmente livre da exploração, enquanto não for capaz de basear o seu olhar numa análise científica, objectiva, mas também humanista e sensível. No entanto, o Homem não terá condições de criar um sistema que o forme nessas condições antes de suplantar o capitalismo e iniciar a construção de uma sociedade mais justa, socialista. Nesse sentido, a educação é condição para a libertação plena, mas a evolução social também é condição para a criação de um sistema de ensino humano e humanista. Maravilha da dialéctica esta.
Voltando à frase:
o conhecimento deve ser a base de qualquer competência, sob pena de se vir a estar perante um autómato e não de um ser pensante quando olharmos alguém que tenha adquirido bem as competências sem a sua base científica. Esta frase que agora nos é dada como a descoberta da nova fórmula educativa não representa mais que a velha forma pela qual o patrão ordena ao trabalhador a sua nova tarefa. O efeito prático desta "nova" fórmula já se avizinha com a aplicação do Processo de Bolonha e com as práticas pedagógicas distorcidas de grande parte do Ensino Profissional, exigindo que o estudante trabalhe sem remuneração e sem direitos de protecção no trabalho, sob o pretexto de que está a adquirir competências e a conhecer o mundo do trabalho. Ora, para conhecer o mundo do trabalho, resta toda uma vida de trabalhador àquele estudante, durante a qual poderá desenvolver as suas competências e a sua prática, as quais deve antes ser iniciadas no período de aprendizagem escolar.
Encarar a escola como uma simples ante-câmara do mundo do trabalho é destruir o conceito de escola e transformá-lo no de "oficina de aprendizes". A restauração da figura do aprendiz é, por isso mesmo, hoje um objectivo do capitalismo na Europa.
Um sistema de ensino que se dedique à formação de gerações individualistas, de jovens formatados e alienados do conhecimento e da produção cultural, artística e científica é um sistema de ensino morto na sua essência, passando a ser uma linha de montagem de trabalhadores sem direitos e com a sua capacidade de questionar num estado latente, inactiva.
É o sistema de Ensino do Capitalismo.
A edificação de uma consciência humana está profundamente interligada com a educação e com a forma como se aprende e com o que se aprende. Daí que dominar os sistemas educativos de Estado e de Massas (desde as escolas de todos os graus, à produção literária, passando pelos meios de comunicação social) seja um passo determinante para a consolidação do poder do imperialismo e do capitalismo.
Condicionar a mente dos homens e das mulheres entre determinados parâmetros, reservando o conhecimento apenas a quem está intmamente ligado à subsistência do sistema é um passo primordial.
Vem isto a propósito do novo chavão da direita para justificar todo o ataque dirigido ao sistema educativo português: "deixar de basear a educação na transmissão de conhecimentos e passar a desenvolvê-la com o objectivo da aquisição de competências".
Importa desmontar esta frase aparentemente inócua.
A superação colectiva do actual estado social passa pela construção progressiva de um Homem livre, consciente, pleno; numa relação paralela à evolução da sociedade. O Homem não será totalmente livre da exploração, enquanto não for capaz de basear o seu olhar numa análise científica, objectiva, mas também humanista e sensível. No entanto, o Homem não terá condições de criar um sistema que o forme nessas condições antes de suplantar o capitalismo e iniciar a construção de uma sociedade mais justa, socialista. Nesse sentido, a educação é condição para a libertação plena, mas a evolução social também é condição para a criação de um sistema de ensino humano e humanista. Maravilha da dialéctica esta.
Voltando à frase:
o conhecimento deve ser a base de qualquer competência, sob pena de se vir a estar perante um autómato e não de um ser pensante quando olharmos alguém que tenha adquirido bem as competências sem a sua base científica. Esta frase que agora nos é dada como a descoberta da nova fórmula educativa não representa mais que a velha forma pela qual o patrão ordena ao trabalhador a sua nova tarefa. O efeito prático desta "nova" fórmula já se avizinha com a aplicação do Processo de Bolonha e com as práticas pedagógicas distorcidas de grande parte do Ensino Profissional, exigindo que o estudante trabalhe sem remuneração e sem direitos de protecção no trabalho, sob o pretexto de que está a adquirir competências e a conhecer o mundo do trabalho. Ora, para conhecer o mundo do trabalho, resta toda uma vida de trabalhador àquele estudante, durante a qual poderá desenvolver as suas competências e a sua prática, as quais deve antes ser iniciadas no período de aprendizagem escolar.
Encarar a escola como uma simples ante-câmara do mundo do trabalho é destruir o conceito de escola e transformá-lo no de "oficina de aprendizes". A restauração da figura do aprendiz é, por isso mesmo, hoje um objectivo do capitalismo na Europa.
Um sistema de ensino que se dedique à formação de gerações individualistas, de jovens formatados e alienados do conhecimento e da produção cultural, artística e científica é um sistema de ensino morto na sua essência, passando a ser uma linha de montagem de trabalhadores sem direitos e com a sua capacidade de questionar num estado latente, inactiva.
É o sistema de Ensino do Capitalismo.
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