A lei é afinal de contas, o fruto escrito da luta de classes em cada momento. Se bem que, muitas das vezes, as classes agem à margem dela. Assim é e assim será. Os comunistas lutaram à margem da lei quando ela plasmava a norma fascista, tal como os capitalistas e traidores de Abril precisaram (e em alguns casos ainda precisam) mover-se à margem da lei para atingir os seus objectivos numa altura em que ela - a lei - começou a escrever-se noutras tintas que não a das suas balofas penas. Ainda hoje, tal foi a dimensão das conquistas do povo português em Abril, muitos grupos precisam mover-se à margem, ou na linha de fronteira, da lei para levarem a sua estratégia de domínio adiante.
Imaginemos um mundo sem lei nenhuma escrita, em que a única lei seria o nosso sentido de justiça. Nesse mundo um dia alguém roubou a todos os restantes um pedaço de terra e disse dele que era "seu". Apropriou-se, roubou o que era de todos. Nesse mundo, um dia alguém tomou posse sobre todas as terras, de tal forma que obrigou os restantes a trabalharem as terras agora decretadas privadas. E esse alguém criou um banco para guardar os frutos das colheitas, tal como um banco para guardar os salários dos empregados. Esse alguém tirava, a cada dia, um pouco mais dos frutos para si próprio, enquanto pagava cada vez menos aos restantes. O banco que era uma casa, passou a ser um quarteirão.
E esse alguém, que à luz do mais elementar bom-senso não é outra coisa senão ladrão, é hoje o exemplo a seguir.
Friday, February 12, 2010
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