Friday, July 28, 2006

Intervalo

amigos,
o império bárbaro vai fazer um intervalinho de 15 dias, pode ser?
claro que ninguém tira férias ideológicas, mas pelo menos, não escreveremos nada de jeito por 15 dias. Vamos apagar inclusivamente o interruptor da escrita para não sermos forçados a sair do nosso estado feriante - o letárgico.

saudações e boas férias a todos e a todas.

Embuste Protocolar

Ora, para quem ainda aqui espreita após tão longa espera por prometido post sobre o Protocolo, aqui vão algumas reflexões.
Antes de mais, importaria deixar aqui uma advertência: questionar a teoria do aquecimento global e da poluição atmosférica como factor determinante das alterações climáticas não é negá-la, é antes apresentar as possíveis antíteses que tanto podem, efectivamente, destruir a tese, como, pelo contrário, reforçá-la.

Para quem anda atento a estas coisas terá reparado que os verdadeiros objectivos do chamado “Protocolo de Quioto” começam agora a fazer-se sentir. De um protocolo coberto pelo açúcar das boas intenções, começam agora a nascer problemas importantes, desequilíbrios inaceitáveis e teses imperialistas de dominação. Para quem alguma vez pensou que os Estados capitalistas teriam tido um rasgo de lucidez ecologista, começam agora a esfumar-se, certamente, algumas expectativas.

O que é hoje Quioto, na prática?
Quioto é um dos mais inteligentes mecanismos da manutenção das assimetrias inter-continentais e uma gigantesca máquina de produção de lucro especulativo. Um mercado bastardo e etéreo. Os fundos de carbono, as licenças de emissão, a transmissibilidade de licenças e as quotas por negociação, mais não são senão um regime semelhante às limitações de mercado impostas pela UE, por exemplo.

Todos sabemos que um país não pode passar da indústria sub-desenvolvida ou da agricultura de subsistência para a indústria pesada menos poluente. Assim, a limitação por quotas de emissão de Gases com Efeito Estufa (GEE) dependente também da capacidade de negociação dos Estados é uma malha que impede os países menos desenvolvidos de darem o passo da industrialização, essencial à rentabilização não colonial dos seus recursos naturais. Um Estado sub-sahariano, por exemplo, necessitará de indústria poluente durante pelo menos 3 ou 4 décadas para dar esse passo, enquanto que alguns estados europeus já dispõem de indústria menos poluente. Ora, o que se passa é que as quotas de emissão são distribuídas assimetricamente. Assim, os países menos desenvolvidos, mais pobres, mais afectados pela sobre-exploração, vêem-se obrigados a vender as suas licenças de emissão.

E assim, está montada a malha. Os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres. O mercado do carbono, como gentilmente agora lhe chamam é, por si só, uma aberração do capital. A aceitação tácita de uma teoria carregada de falhas – a do aquecimento global – tem conduzido a uma aceitação acrítica da instituição de um mercado para o qual todos os cidadãos acabam por contribuir. O aumento do preço dos combustíveis e de todos os bens de consumo, por exemplo, e principalmente nos países que adquirem licenças de emissão, contém uma parcela correspondente à compra dessa mesma licença… e quem a paga? O utente, o consumidor.

O capital tem perfeita noção de que existem dois grandes mundos a dominar urgentemente. Aquilo a que as suas vozes assumem despudoradamente como “os mercados do futuro”: a Natureza e a saúde.

Na Natureza incluem-se naturalmente dois grandes vectores de mercado: água potável e ar respirável.
Não é por nada que estes são os “mercados do futuro”. É exactamente pela estrita e incontornável necessidade que a Humanidade tem de lhes recorrer. Escusado será explicar porquê.

Por último, que outros objectivos tem Quioto servido? Obviamente, os interesses do nuclear.

O capital tem como objectivo rentabilizar tudo, incluindo as tecnologias. Sendo que o nuclear de fissão é uma tecnologia que se encontra próxima do fim da sua vida, importa potenciar a sua capacidade lucrativa urgentemente;
A fissão nuclear é a oportunidade de ouro para conter por mais alguns anos o aparecimento de energia barata e universal, por fusão nuclear.

Quioto é a pedra de toque do capital na sua senda pela implementação da energia pela fissão nuclear. De forma profundamente ignóbil e desonesta, o capital vai fundamentando a necessidade de recorrer ao nuclear como produção de energia sem emissão de GEE – o que, por si, é mentira. O capital pura e simplesmente oblitera cada um dos problemas advenientes da utilização desta tecnologia. Esconde o problema dos resíduos, esconde o problema ambiental da exploração de urânio, esconde a probabilidade inevitável das falhas dos reactores, etc. Para o capital, quioto tem sido o melhor aliado na luta pela fissão nuclear. Acenando com o fim dos combustíveis fósseis, com as alterações climáticas e com o desmantelamento das centrais termo-eléctricas, o capital vai consolidando a sua agenda nuclear.

Nada melhor para calar esses activistas anti-nuclear que dizer-lhes que é isso ou o aquecimento global…

Wednesday, July 12, 2006

O Protocolo de Quioto, o que é?

O dogma, representando uma cristalização estática em torno de uma posição, é o principal inimigo do avanço científico. O rumo da ciência e do conhecimento só conhece passos em frente quando a lógica do homem assenta na dialéctica.

A teoria não é lei e mesmo a lei é mutável. As leis são as fórmulas que determinam o melhor modelo de interpretação da natureza pelo homem. Posto isto, espero que o texto seguinte não seja para o leitor uma ilustração de demência, mas antes, uma demonstração de racionalidade e da importância da dúvida enquanto motor do progresso.

Está enraizado, nos dias de hoje, o modelo de simulação climatológica com base na lógica directa da proporcionalidade entre a concentração atmosférica de anidrido carbónico (CO2) e outros gases com “efeito estufa”. Parece certo que o aumento da concentração de gases na atmosfera terrestre, aumenta a densidade atmosférica e, como consequência, o número de partículas capaz de vibrar, produzindo calor. No entanto, a temperatura média anual global não varia na exclusiva proporção a essa variável e há que, portanto, interrogar qual o peso dessa componente. Diversos trabalhos têm sido assim realizados: tentando compreender qual a influência da actividade antrópica na emissão de gases e, por sua vez, qual a influência dessas emissões no clima.

Para isso, questionar o dogma das alterações climáticas como causa da emissão de gases com efeito estufa é um passo essencial. Escusar-me-ei, por todos os motivos, a ilustrar cientificamente a dúvida, deixando aqui algumas sugestões de leitura para o fazer bem melhor:

http://www.cato.org/pubs/regulation/reg15n2j.html
http://www.resistir.info/climatologia/lindzen_rev2.html
http://www.john-daly.com/hockey/hockey.htm
http://www.resistir.info/climatologia/falsificacao_da_historia_climatica.html
http://www.resistir.info/climatologia/impostura_cientifica.html
http://www.revuefusion.com/images/Art_095_36.pdf


Deixo, por isso, aquilo que julgo caber-me. A dúvida.
Protocolo de Quioto… o que é?
Deixo a dúvida, mais tarde, darei o que considero ser uma possível resposta.