apenas que, ao contrário do amplamente veiculado na comunicação social dominante, nenhum comunista participou nos apupos e gritarias montadas no Parlamento Europeu enquanto Sócrates debitava os seus disparates.
Lamentável é o facto de, depois de ter sido desmentida a participação dos comunistas naquele espectáculo, a comunicação social continuava anunciando: "Sócrates vaiado no Parlamento Europeu por comunistas e Eurocépticos". Na verdade, as imagens e os sons recolhidos de vaias e inúmeros cartazes, correspondem à bancada dos grupos onde se enquadra a extrema-direita europeia.
Na bancada da Esquerda Verde Nórdica / Grupo Unitário da Esquerda apenas um cartaz se levantou silencioso enquanto alguns deputados intervieram respeitosamente vestindo uma t-shirt "referendum".
Os senhores do capital, que vão construindo uma Europa a seu gosto cada vez mais distante das pessoas, dos povos e das nações, terão as suas respostas nas lutas que crescem!
Friday, December 14, 2007
Thursday, December 13, 2007
materialismo - o nosso instrumento
O materialismo é o instrumento racional que temos para o desenvolvimento do pensamento humano e colectivo da humanidade. Aliás, todas as transformações sociais e históricas têm como base directa a relação material dos objectos, ainda que assimilados subjectivamente pelo Homem.
O materialismo dialéctico e a capacidade que encerra de consolidar a subjectividade em torno da objectividade, é a forma mais avançada do pensamento dos homens, distante das concepções místicas e supersticiosas. A exploração do Homem pelo Homem assenta em mecanismos materiais, ou seja, a espinha dorsal do sistema capitalista assenta numa base material.
O que é então a ofensiva ideológica? porque tem hoje tanta importância para a sobrevivência do sistema capitalista?
Embora a ofensiva ideológica se trave eminentemente no campo da ideia - ou dos sistemas de ideias - ela refere-se concretamente às relações sociais do dia-a-dia, ou seja, radica nos elementos materiais da sociedade. A ideologia burguesa do capitalismo não é, no entanto, directamente propagandeada. Não são as grandes teses nucleares do capitalismo que são anunciadas diariamente para todos, nas escolas, na tv, na rádio, na música, nos jogos de computador, na arte.
Se o capital propagasse a sua doutrina, a sua ideologia, seria obrigado a ensinar Marx nas escolas e a fazer de "O capital" a obra mais importante do Plano Nacional de Leitura. Não, o sistema capitalista não propaga a sua génese ideológica, nem tampouco a massifica. A burguesia massifica, isso sim, as fórmulas ideológicas da ilusão. A burguesia é neste momento a classe que melhor compreende o seu papel histórico e que mais fortemente reconhece a validade das teses marxistas. Por isso mesmo, a divulgação da doutrina, da essência do capitalismo, é algo que a burguesia reserva para os seus melhores e mais destacados quadros. Nem mesmo os seus pequenotes sabujos têm acesso à descodificação filosófica do mundo que a compreensão do Capitalismo exige.
Assim, a classe dominante encontrou a forma mais fácil de contrariar a compreensão social por todos quantos queira dominar. Trocar-lhes as ferramentas. Se a ferramenta mais avançada de que a Humanidade dispõe para a compreensão e sistematização do funcionamento dos fenómenos - do histórico ao natural, passando pelo social - é o materialismo, então nada melhor que dar a todos o idealismo.
O ataque às perspectivas materialistas é múltiplo e constitui uma rede, uma malha de ofensivas sub-reptícias quase imperceptível para quem não esteja atento à sua dimensão e objectivos. A promoção do idealismo como instrumento de apreensão da realidade é hoje a principal arma ideológica do sistema capitalista. A subjectividade, a religiosidade organizada ou supersticiosa, o individualismo, a felicidade consumista, a ignorância inconsciente, são apenas algumas das formas de que se reveste a campanha magna de promoção do idealismo.
A própria vida política, a cobertura mediática dos acontecimentos, a simplicidade com que se aligeiram todos os assuntos por mais complexos que sejam, a generalização da mentira facilmente aceite como tese científica, são outras dimensões deste fenómeno global.
Se o mundo fosse um código escrito em decimal, o melhor que eu poderia fazer para to esconder seria ensinar-te apenas o hexadecimal. Códigos diferentes neste caso não dariam interpretações diferentes, antes resultariam numa interpretação válida e numa não-interpretação.
O materialismo dialéctico e a capacidade que encerra de consolidar a subjectividade em torno da objectividade, é a forma mais avançada do pensamento dos homens, distante das concepções místicas e supersticiosas. A exploração do Homem pelo Homem assenta em mecanismos materiais, ou seja, a espinha dorsal do sistema capitalista assenta numa base material.
O que é então a ofensiva ideológica? porque tem hoje tanta importância para a sobrevivência do sistema capitalista?
Embora a ofensiva ideológica se trave eminentemente no campo da ideia - ou dos sistemas de ideias - ela refere-se concretamente às relações sociais do dia-a-dia, ou seja, radica nos elementos materiais da sociedade. A ideologia burguesa do capitalismo não é, no entanto, directamente propagandeada. Não são as grandes teses nucleares do capitalismo que são anunciadas diariamente para todos, nas escolas, na tv, na rádio, na música, nos jogos de computador, na arte.
Se o capital propagasse a sua doutrina, a sua ideologia, seria obrigado a ensinar Marx nas escolas e a fazer de "O capital" a obra mais importante do Plano Nacional de Leitura. Não, o sistema capitalista não propaga a sua génese ideológica, nem tampouco a massifica. A burguesia massifica, isso sim, as fórmulas ideológicas da ilusão. A burguesia é neste momento a classe que melhor compreende o seu papel histórico e que mais fortemente reconhece a validade das teses marxistas. Por isso mesmo, a divulgação da doutrina, da essência do capitalismo, é algo que a burguesia reserva para os seus melhores e mais destacados quadros. Nem mesmo os seus pequenotes sabujos têm acesso à descodificação filosófica do mundo que a compreensão do Capitalismo exige.
Assim, a classe dominante encontrou a forma mais fácil de contrariar a compreensão social por todos quantos queira dominar. Trocar-lhes as ferramentas. Se a ferramenta mais avançada de que a Humanidade dispõe para a compreensão e sistematização do funcionamento dos fenómenos - do histórico ao natural, passando pelo social - é o materialismo, então nada melhor que dar a todos o idealismo.
O ataque às perspectivas materialistas é múltiplo e constitui uma rede, uma malha de ofensivas sub-reptícias quase imperceptível para quem não esteja atento à sua dimensão e objectivos. A promoção do idealismo como instrumento de apreensão da realidade é hoje a principal arma ideológica do sistema capitalista. A subjectividade, a religiosidade organizada ou supersticiosa, o individualismo, a felicidade consumista, a ignorância inconsciente, são apenas algumas das formas de que se reveste a campanha magna de promoção do idealismo.
A própria vida política, a cobertura mediática dos acontecimentos, a simplicidade com que se aligeiram todos os assuntos por mais complexos que sejam, a generalização da mentira facilmente aceite como tese científica, são outras dimensões deste fenómeno global.
Se o mundo fosse um código escrito em decimal, o melhor que eu poderia fazer para to esconder seria ensinar-te apenas o hexadecimal. Códigos diferentes neste caso não dariam interpretações diferentes, antes resultariam numa interpretação válida e numa não-interpretação.
Thursday, December 06, 2007
O porta 65 - Jovem
O Porta 65 - Jovem acaba, na prática, com os apoios do Estado aos Jovens arrendatários.
Mais sobre o assunto.
Mais sobre o assunto.
Monday, December 03, 2007
Empreendedorismo ou Individualismo – a doutrina da submissão
Um olhar aos últimos tempos e verificamos o aparecimento intensivo de novas palavras. São várias as que vão sendo atiradas para o léxico quotidiano de todos, através dos documentos oficiais da propaganda do sistema, através da escola de massas e através da comunicação social, principalmente.
A maior parte destas palavras não traz nenhum conceito novo, apenas vai mudando o vocábulo que o sistema atribui a um determinado conceito. Por exemplo, como fez no passado, eliminando a palavra “operário” e passando a utilizar a “colaborador”. No entanto, facilmente se verifica que não se alterou o conceito de “operário”, nem tampouco deixou de existir.
Hoje são várias as palavras que vão por aí aparecendo, sempre cobertas de uma inusitada novidade e sempre prontas a resolver todos os nossos problemas. Vem a modernidade e junta-se com a competitividade que não pode existir sem flexibilidade. Sem empreendedorismo, no entanto, não há empregabilidade o que destrói a nossa credibilidade e qualidade. Assim, é preciso recorrer à inovação para garantir o desenvolvimento sustentável, sem sacrificar nunca o mercado que determina a nossa felicidade. Assim vai sendo debitado o chorrilho cada vez mais caudaloso do disparate e da ilusão. A cortina de fumo que o sistema precisa criar tem de ser cada vez mais espessa para nos manter ignorantes.
Por hoje, vamos ao chamado “empreendedorismo”. Esta nova palavra aponta para algo que supostamente mistura “audácia” com “vontade” e “iniciativa”, o que, bem misturado redunda em “ambição”, conceito que aplicado ao indivíduo como princípio e fim de si mesmo, acaba por andar perigosamente próxima do conceito de “individualismo”. Ora, nem toda a ambição é individualista. Mas a utilização do conceito de “empreendedorismo” tal como se aplica hoje é incontornavelmente individualista. Vejamos: ser empreendedor passa por erguer o empreendimento. Neste caso concreto, o empreendimento em causa é uma empresa (passe a redundância dos sinónimos e entenda-se “empresa” como o conceito mais comum) – uma forma de obtenção de lucro e de auto-emprego como vem sendo promovido.
Já não são poucas as vezes em que o sistema e os seus partidos vão promovendo e exigindo mesmo a ambição e iniciativa individual. Claro está que o sistema não pretende com isto promover uma nova forma de iniciativa privada para os filhos do proletariado e para as camadas mais pobres da população. Estas palavras não se inserem em nenhuma mudança na orientação estratégica do capital, antes pelo contrário, são os normais e habituais instrumentos que o capital vai tendo de inventar e reinventar para manter exactamente a mesma fórmula de exploração de sempre.
Ou seja, estas novas palavras, estes vocábulos de encantar não são instrumentos materiais do capital, mas sim instrumentos ideológicos. São formas de dissimulação dos comportamentos que o sistema capitalista necessita promover a bem da sua própria sustentabilidade, ainda que inevitavelmente temporária.
Este “empreendedorismo” que aparentemente se vai exigindo não pretende de forma alguma que agora cada um faça uma empresa bem sucedida. Pelo contrário, isso colocaria o capitalismo numa situação deveras complicada. O que se pretende essencialmente é agir no plano ideológico sobre a população, particularmente a mais jovem, a quem vai sendo exigida cada vez maior “adaptabilidade” e “empreededorismo”. Com esta campanha, o sistema capitalista pretende essencialmente re-centrar a abstracção do indivíduo sobre si mesmo, desviando a atenção do papel que caberia ao estado e às regras sociais. Assim, responsabiliza-se o indivíduo pela sua própria situação. “Se há desemprego é porque não és suficientemente inovador”. “Criar emprego é uma responsabilidade de cada um”. “Não fiques à espera que te dêem um emprego”. São apenas algumas expressões associadas a esta ofensiva lexical. Ora, num sistema que dificulta cada vez mais a criação de pequenas e médias empresas, mesmo as com alto nível de inovação tecnológica, face a um presença esmagadora de corporações de envergadura mundial que constituem monopólios globais, este raciocínio individualista acaba por desaguar numa albufeira sem ligação para o mar. Este “empreendedorismo” perde a sua dimensão de objectiva criação de riqueza individual e aproxima-se da sua verdadeira intenção: instilar o individualismo e o desespero do trabalhador. A exigência de “adaptabilidade” torna-se numa brutal exigência de “flexibilidade”, o que significa que o indivíduo tem de estar preparado para trabalhar no que lhe for exigido, as horas que lhe forem exigidas, durante os meses que for considerado necessário e pelo salário que lhe for atribuído. O empreendedorismo transforma-se assim em mais uma forma de promoção do individualismo e de combate à acção colectiva, enquanto simultaneamente se desresponsabiliza o Estado dos seus papéis mais essenciais.
A ideia de que o desemprego é culpa do desempregado, e de que o mérito é condição suficiente para o emprego são desmentidas diariamente todos os dias pela própria realidade.
Com estas formulações encapotadas, o sistema capitalista vai ganhando novas formas de manipulação das consciências, sempre orientado para estruturar uma ideologia de submissão. O individualismo é o comportamento mais indicado para ser o esqueleto da doutrina da ilusão, porque sozinhos nunca desvendaremos o mundo. Mas eles sabem bem que unidos, os povos podem mudar o mundo.
A maior parte destas palavras não traz nenhum conceito novo, apenas vai mudando o vocábulo que o sistema atribui a um determinado conceito. Por exemplo, como fez no passado, eliminando a palavra “operário” e passando a utilizar a “colaborador”. No entanto, facilmente se verifica que não se alterou o conceito de “operário”, nem tampouco deixou de existir.
Hoje são várias as palavras que vão por aí aparecendo, sempre cobertas de uma inusitada novidade e sempre prontas a resolver todos os nossos problemas. Vem a modernidade e junta-se com a competitividade que não pode existir sem flexibilidade. Sem empreendedorismo, no entanto, não há empregabilidade o que destrói a nossa credibilidade e qualidade. Assim, é preciso recorrer à inovação para garantir o desenvolvimento sustentável, sem sacrificar nunca o mercado que determina a nossa felicidade. Assim vai sendo debitado o chorrilho cada vez mais caudaloso do disparate e da ilusão. A cortina de fumo que o sistema precisa criar tem de ser cada vez mais espessa para nos manter ignorantes.
Por hoje, vamos ao chamado “empreendedorismo”. Esta nova palavra aponta para algo que supostamente mistura “audácia” com “vontade” e “iniciativa”, o que, bem misturado redunda em “ambição”, conceito que aplicado ao indivíduo como princípio e fim de si mesmo, acaba por andar perigosamente próxima do conceito de “individualismo”. Ora, nem toda a ambição é individualista. Mas a utilização do conceito de “empreendedorismo” tal como se aplica hoje é incontornavelmente individualista. Vejamos: ser empreendedor passa por erguer o empreendimento. Neste caso concreto, o empreendimento em causa é uma empresa (passe a redundância dos sinónimos e entenda-se “empresa” como o conceito mais comum) – uma forma de obtenção de lucro e de auto-emprego como vem sendo promovido.
Já não são poucas as vezes em que o sistema e os seus partidos vão promovendo e exigindo mesmo a ambição e iniciativa individual. Claro está que o sistema não pretende com isto promover uma nova forma de iniciativa privada para os filhos do proletariado e para as camadas mais pobres da população. Estas palavras não se inserem em nenhuma mudança na orientação estratégica do capital, antes pelo contrário, são os normais e habituais instrumentos que o capital vai tendo de inventar e reinventar para manter exactamente a mesma fórmula de exploração de sempre.
Ou seja, estas novas palavras, estes vocábulos de encantar não são instrumentos materiais do capital, mas sim instrumentos ideológicos. São formas de dissimulação dos comportamentos que o sistema capitalista necessita promover a bem da sua própria sustentabilidade, ainda que inevitavelmente temporária.
Este “empreendedorismo” que aparentemente se vai exigindo não pretende de forma alguma que agora cada um faça uma empresa bem sucedida. Pelo contrário, isso colocaria o capitalismo numa situação deveras complicada. O que se pretende essencialmente é agir no plano ideológico sobre a população, particularmente a mais jovem, a quem vai sendo exigida cada vez maior “adaptabilidade” e “empreededorismo”. Com esta campanha, o sistema capitalista pretende essencialmente re-centrar a abstracção do indivíduo sobre si mesmo, desviando a atenção do papel que caberia ao estado e às regras sociais. Assim, responsabiliza-se o indivíduo pela sua própria situação. “Se há desemprego é porque não és suficientemente inovador”. “Criar emprego é uma responsabilidade de cada um”. “Não fiques à espera que te dêem um emprego”. São apenas algumas expressões associadas a esta ofensiva lexical. Ora, num sistema que dificulta cada vez mais a criação de pequenas e médias empresas, mesmo as com alto nível de inovação tecnológica, face a um presença esmagadora de corporações de envergadura mundial que constituem monopólios globais, este raciocínio individualista acaba por desaguar numa albufeira sem ligação para o mar. Este “empreendedorismo” perde a sua dimensão de objectiva criação de riqueza individual e aproxima-se da sua verdadeira intenção: instilar o individualismo e o desespero do trabalhador. A exigência de “adaptabilidade” torna-se numa brutal exigência de “flexibilidade”, o que significa que o indivíduo tem de estar preparado para trabalhar no que lhe for exigido, as horas que lhe forem exigidas, durante os meses que for considerado necessário e pelo salário que lhe for atribuído. O empreendedorismo transforma-se assim em mais uma forma de promoção do individualismo e de combate à acção colectiva, enquanto simultaneamente se desresponsabiliza o Estado dos seus papéis mais essenciais.
A ideia de que o desemprego é culpa do desempregado, e de que o mérito é condição suficiente para o emprego são desmentidas diariamente todos os dias pela própria realidade.
Com estas formulações encapotadas, o sistema capitalista vai ganhando novas formas de manipulação das consciências, sempre orientado para estruturar uma ideologia de submissão. O individualismo é o comportamento mais indicado para ser o esqueleto da doutrina da ilusão, porque sozinhos nunca desvendaremos o mundo. Mas eles sabem bem que unidos, os povos podem mudar o mundo.
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