Monday, August 04, 2008

como as coisas (infelizmente) são

O PCP apresentou na Assembleia da República um Projecto de Resolução que propunha medidas de urgência para o financiamento do Ensino Superior Público. Na verdade, o Ensino Superior Público precisa de muito mais do que simples paliativos, no entanto, a situação agrava-se de tal forma que se torna necessário intervir mesmo no plano da urgência.

Claro que, numa perspectiva programática, o Ensino Superior Público carece, isso sim, de um sério investimento público e de uma verdadeira política de dignificação e aposta na qualidade, apostando forte na democratização do acesso e da frequência como forma de dinamizar a própria economia nacional, particularmente a baseada numa mão-de-obra qualificada. A situação actual, porém, exige medidas extraordinárias. O PCP propôs assim um conjunto de medidas de emergência para que o Ensino Superior Público não colapsasse e para que se libertasse da pressão e da governamentalização que os contratos de saneamento financeiro impõem às instituições.

Tendo em conta que a situação exige medidas práticas e urgentes, é bastante compreensível que o Bloco de Esquerda tenha também apresentado a sua proposta, também através de Projecto de Resolução. O que já não será tão simples compreender é o conteúdo do referido projecto.

O Bloco de Esquerda encetou assim um processo de discussão mais profunda, sobre o cerne do financiamento do ESP. Ora, assim sendo, só um caminho seria possível para o PCP: o da consagração da gratuitidade e o da responsabilização do Estado perante o ESP. O BE preferiu tirar coelhos da cartola e acabou por forçar o PCP a abster-se na votação. Compreensivelmente não poderíamos esperar que o PCP votasse um projecto que propõe que a própria Lei do Financiamento do Ensino Superior Público seja alterada para pior, consagrando legalmente a possibilidade de as propinas financiarem o funcionamento das Instituições.

Portanto, a abstenção do PCP no Projecto do Bloco é não só compreensível, como exigível.

Na Assembleia da República, todavia, verificam-se as mais estranhas coisas e mais mesquinhos comportamentos. Fica a dúvida: "por que razão, senão a de responder com moeda igual - mesmo sem motivação política - se absteve o BE no Projecto do PCP?"

4 comments:

Anonymous said...

O BE é constituído por anti-comunistas não assumidos. Se o PCP diz que é carne, o BE diz que é peixe. Procuram sempre denegrir a imagem do partido. Nunca vi nenhum elemento do BE dizer bem do PCP. É, aliás, através de alguns elementos do BE que oiço comentários anti-comunistas muito próximas do fascismo. A melhor solução é ignorá-los e seguir em frente com trabalho e organização.

Sérgio Ribeiro said...

Lido e apre(e)dido.
Obrigado

Anonymous said...

Ò meu caro? Por aqui em antanho dizia-se, é mais fácil encontrar um melro branco, que um marchante sério. Ou seja! Se pisarmos merda com os dois pés, a que é que cheira um e outro? Claro, até o meu puto sabe a resposta e chora de tanto rir com a pergunta.
Curioso? Em Viseu a Câmara Municipal retirou a propaganda do PCP à Festa do Avante, mas aqueles escarros do RESPEITO e do TUBARÃO, queimados pelo sol e chuva lá continuam. Então vá! Aquela coisa alimenta-se dos próprios cagalhões, como diria o poeta.
Do que conheço, a culpa foi do papá que não deu umas palmadas nos meninos para se portarem bem. E mais sempre a mamar na teta, das câmaras, das ajudas da EU e coisas afins, trabalho irra faz calos. B M A

Anonymous said...

Já agora para facilitar: marchante, individuo que se didicava ao comercio de gado graudo ou miudo e como tal percorria grandes distâncias com a manda, comprando e vendendo, claro o melhor gado! B M A