Wednesday, April 08, 2009

além da ideologia

Sobre as diferenças entre partidos comunistas e partidos de esquerda mais ou menos moderna ou colorida, julgo que importa aprofundar algumas questões. Principalmente porque há algumas semanas foi levantada esta questão aqui numa caixa de comentários do império bárbaro, julgo que posso deixar aqui umas breves opiniões e notas sobre aquilo que julgo serem as duas distintas e divergentes matrizes entre os partidos ditos de esquerda em Portugal.

Muitas vezes ouvimos dizer que a "unidade" das esquerdas é a ausência que justifica a sua derrota e que não existem assim tantas diferenças entre os partidos de esquerda em Portugal. Ainda há bem pouco tempo, nessa caixa de comentários, um amigo sugeria que entre as posições do PCP e do BE não existem assim tantas diferenças e que isso deve contribuir para diluir as divergências e criar um espaço de convergência.

O PCP, porém, é um partido de classe, identificado com a classe operária e os trabalhadores portugueses e baseia a sua análise política no materialismo dialéctico, apontando como alternativa ao rumo capitalista que sufoca a humanidade, o socialismo. Assim, partindo da concepção base de que é a luta de classes em torno da defesa de interesses antagónicos que produz alterações e progressos históricos, o PCP identifica os trabalhadores como a força indispensável às alterações políticas e sociais necessárias para uma superação do capitalismo. Os objectivos do PCP são essencialmente os da organização dos trabalhadores, dos jovens, homens e mulheres, em torno da defesa dos seus direitos, anseios e aspirações, como forma de intensificar a componente trabalhadora e popular da luta de classes.

O colectivo partidário do PCP é movido pela profunda convicção de que independentemente dos resultados eleitorais de cada força político-partidária é a luta de massas que corporiza a luta de classes que criará as condições para a ruptura política com o rumo que Portugal e o mundo vão tomando à mercê dos desígnios do grande capital. A alteração da correlação de forças no plano eleitoral e representativo é uma condição para ruptura institucional e é um contributo de grande força para a luta de classes e para a superação do actual estado de coisas, mas não é nem decisivo, nem única condição. Ou seja, a ruptura com o rumo político actual depende em grande escala da luta de massas, podendo ser potenciado em pequena escala pela alteração da correlação de forças no quadro da representação institucional para uma que seja favorável ao PCP.

Assim, o PCP começa por identificar um campo de prioridades distintas da do típico partido político português. A captação de eleitorado, a mediatização das suas posições e a agenda em função da conjuntura são características absolutamente secundarizadas num partido de classe e de projecto como o PCP.

O PCP é um partido nacional, com um programa político que tem como objectivo nuclear a construção do socialismo em Portugal e a emancipação dos trabalhadores, pondo fim à exploração do Homem pelo Homem. Acrescem as diferenças genéticas e matriciais que se verificam entre o PCP e os outros partidos: o PCP é um partido que assenta as suas posições numa profunda discussão interna, que apresenta as suas políticas e propostas alternativas com base numa sequência coerente, independentemente do momento político. O PCP não se posiciona de acordo com as flutuações conjunturais porque a sua análise é mais ampla e o âmbito da sua intervenção é global. O PCP é um partido que resulta da produção colectiva que é e não do contributo de um conjunto de dirigentes ou da vontade de um punhado de doutores ou intelectuais.

Ora, muito haveria para dizer do PCP, como é óbvio e seria inevitável num partido com 88 anos de história e com um papel histórico determinante em muitas alturas decisivas da história contemporânea de Portugal.

O BE é um partido que surge como o palco da fama de um conjunto reduzido de políticos da extrema-esquerda portuguesa, que funciona na medida dos raciocínios e propostas dessa elite política e que toma posições sobre os chamados temas quentes da actualidade, em função da conjuntura. A única razão para que esse agrupamento político tenha tantas posições políticas alinhadas com o PCP é o facto de copiar praticamente todas as propostas do PCP. Aliás, o BE pouco mais faz do que copiar as posições políticas do PCP, livrando-se daquelas que são incómodas à luz da comunicação social dominante e da hegemonia cultural de classe que vigora, independentemente de serem ou não justas. Por exemplo: à luz dos princípios que o BE diz defender, as FARC-EP teriam tudo para ser apoiadas por esse grupelho. No entanto, sendo conhecido o estatuto de terrorista que lhes tem sido atribuído ultimamente pela cultura dominante, torna-se incómodo e até ingrato defender essa força revolucionária. Por isso, mais vale não se falar disso. Mas o BE também faz o contrário, assumindo posições e depois escondendo-as porque não dão jeito. O BE anda por aí nas alturas de campanha eleitoral a apregoar a liberalização das drogas e o carácter lúdico do consumo de estupefaciantes. Mas quando chega a altura de concretizar e entre eleições, o BE limita-se a silenciar esses jovenzitos radicais que pululam entre as suas fileiras.

O BE é, além disso, um grupo político que despreza o contributo dos trabalhadores, que não reconhece a importância da luta de classes como motor do progresso e que até há bem pouco tempo dizia que os movimentos de massas tinham terminado e que o processo revolucionário de ora em diante se verificaria através da organização de minorias activas. O BE mantém assim, no essencial, a doutrina trotskyista que quer agora esconder, admitindo como central o papel de uma burguesia esclarecida na direcção política do planeta e do país. Para o BE, o operariado português, particularmente o operariado ligado ao PCP é retrógrado, conservador, machista e ignorante. Como tal, incapaz de operar as transformações sociais que se exigem para a ruptura socialista revolucionária. Assim rezará pois a bíblia esquerdista (agora social democratizada) dos membros do BE. No seu íntimo, desejam uma ruptura política que não coloque em risco a matriz do sistema, ou seja, os privilégios e a dominância económica, política, cultural e social da burguesia.

E essa é a diferença mais abissal que pode separar os diferentes partidos e movimentos políticos. Ao contrário do que o tema deste post indica, ela não está além da ideologia, mas nasce da própria ideologia, assim moldando todos os cantos e pilares de um partido. Porque a concepção burguesa, ainda que de esquerda, da transformação social é feita sem o contributo colectivo do proletariado organizado como classe dominante. É feita da mera soma dos espíritos privilegiados.

Isto molda os mais elementares princípios orgânicos do PCP e não molda os do BE. Isto faz distinguir o PCP de todos os outros partidos, isto determina uma organização comunista em torno de um colectivo, munido do centralismo democrático como instrumento revolucionário e do materialismo histórico como ferramenta interpretativa da realidade. Isto faz, quer queiram quer não, distinguir o PCP do BE em toda a linha. Porque no BE não existe o conceito de militância classista, de organização revolucionária.

Dir-me-ão: "mas no imediato que importa a concepção programátrica de cada um?" importa na medida em que um trabalha para retardar o potencial da classe operária, como forma de manter os seus privilégios e outro trabalha com tudo o que tem para o reforçar e acelerar. Importa na medida em que essa diferença determina a diferença de comportamentos que se verifica entre os membros descomprometidos do BE e os militantes comprometidos do PCP. Porque isso influencia a forma como se concebe e se utiliza o poder, a intervenção sindical a representação institucional.

Ao longo do tempo, uma coisa se tornará certa. Os trabalhadores terão sempre a necessidade de um Partido de classe. Pode chamar-se PCP ou qualquer outra coisa. Mas esse partido, essa organização terá sempre as características do PCP e nunca as do BE.

8 comments:

CRN said...

Bernstein/Lenine, não têm muito em comum, mesmo que aparentemente se propale a mentira.
Mudar com a revolução ou mudar para a evitar?

A revolução é hoje!

Paulo Mouta said...

A História, como estudo do passado, já nos apresentou um bem muito valioso, o contributo de todos quantos já entenderam que o capitalismo está longe de ser a forma mais justa de organização económica, política e social. Também já nos deu a conhecer que o capitalismo monopolista se pode muito bem refugiar em projectos como o fascismo que são, eles mesmo, mobilizadores das massas. Já nos trouxe ao conhecimento que todo e qualquer projecto de alternativa para construir a superação do capitalismo, é recebido com a mais irracional violência de todos os tipos e que, para sua defesa, se refugia nas mesmas práticas que são e sempre foram as armas da “burguesia” contra as forças revolucionárias.

Acontece que hoje se mantêm válidas as formas e os conceitos científicos apresentados por Marx, mas as suas interpretações, longe de se aproximarem, sofreram mais divisões e criaram mais “ismos” que tornam o projecto de superação ao capitalismo por via do socialismo numa quase impossibilidade a evitar. E a única forma de o podermos fazer é olharmos com muita atenção para os processos interessantes que decorrem na América latina onde forças unitárias de carácter popular têm conseguido operar quase um “milagre” político que começa na sua própria existência e termina com o resultado digno de um estudo aprofundado por todos os progressistas europeus e americanos.

É obvio que as diferenças entre o BE e o PCP são palpáveis, no entanto, na prática, as posições ao nível das políticas que constituem a bandeira das forças progressistas em Portugal, é muito semelhante. Na grande maioria das situações votam lado a lado na assembleia da república, mais o mais interessante é que actuam lado a lado na central sindical dos trabalhadores portugueses. É um erro subestimar o BE. Pela força da lógica, todas as causas que herdaram do PSR, à excepção da questão idiota do casamento dos homossexuais (plagiada em forma de intenções para a próxima legislatura do governo PS) e da questão abordada no post da legalização das drogas leves (causa em relação à qual sempre foram apresentados argumentos muito coerentes e interessantes), repito, todas estas causas já morreram pela sua realização às mãos de outros. Teoricamente o BE é uma organização vazia de ideias, de argumentos e de causas. Pior do que isso, o BE representa uma força sem expressão no poder autárquico ao nível do qual já tomou decisões que poderiam ter sido fatais. Contudo não o foram.

A ideia que coloca no seu post de que as esquerdas, ou as forças progressistas (prefiro assim) portuguesas são diferentes ao ponto de serem incompatíveis é um erro que pode sair caro. E sai caro antes de mais aos próprios comunistas. Os mesmos comunistas que olham para a Venezuela com esperança não conseguem imaginar que outra força progressista nasça do conjunto de todos os progressistas independentemente dos “ismos” que defendem. Essa intelectualização de todas as derivações do pensamento marxista foi a grande culpada do triunfo tão fácil do capitalismo. Enquanto se faziam experiências sociais e políticas que custaram vidas a muitos milhares de comunistas, muitos deles acusados de traírem precisamente a revolução que fizeram, do lado de lá da História foram-se derrubando os receios e, em consequência, os direitos, que no mundo capitalista ocidental os comunistas foram conseguindo conquistar. Estas forças cedo se aperceberam que não existia na realidade uma via socialista mas sim inúmeras interpretações consoante o número dos intérpretes e que estes tinham refúgio fácil no narcisismo da co-teorização do pensamento marxista. E isso representa uma fraqueza difícil de contornar. É do seu interesse que esse fosso pseudo-intelectual de divergências de modelo continue a dividir as forças progressistas da forma como o tem vindo a fazer para se manter imune a uma força maciça para a superação ao sistema actual.

Esta é uma luta e um empreendimento gigantescos. Contra poderes instituídos mas também contra a própria natureza humana que reside no fundamento básico sobre o qual assenta o capitalismo.

miguel said...

Paulo, obrigado pelo comentário.
em muitos aspectos concordo contigo. Porém não se pode construir a alternativa com quem tem como objectivo destrui-la ou limitá-la. da mesma forma, não julgo que devamos estar preparados para abdicar da nossa conduta ética e moral para ter mais votos e fazer uma aliança pré-eleitoral com um grupo como o BE seria certamente sacrificar muitos princípios. E trucidar princípios em prole de algo maior é uma coisa que se revela sempre um passo errado.
Sobre a intervenção do BE na Inter, julgo que está à vista a sua concepção anti-classista e o seu comportamente anti-comunista. Não é desse tipo de unidade que os sindicatos e a luta dos trabalhadores precisa. Sobre e BE e sindicatos, muito haveria a dizer... mas o relações públicas da Autoeuropa, o Chora, disse quase tudo.

filipe said...

Excelente texto de análise que prossegue uma discussão importante sobre o significado do conceito de esquerda, aplicado às duas formações políticas em causa.
Os próprios comentários do Paulo Mouta, não obstante conterem algumas inexactidões históricas e manifestos erros de avaliação conceptual, confirmam que é possível e útil este debate de ideias, confrontando serenamente argumentos e visões diferenciadas, entre aqueles que se reclamam comummente empenhados na transformação social e na superação do senil sistema capitalista.
Como pequena contribuição, sublinho a relevância que o texto dá, justamente, à questão chave da origem social e posicionamento de classe que cada partido assume como seus. Na verdade, o texto de Álvaro Cunhal "Radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista", tratando os esquerdistas da época, fornece-nos ainda hoje elementos muito úteis.
Perante a rudeza e o grau de exigência da luta de classes, que opõe o proletariado à grande burguesia, haverão sempre elementos da pequena-burguesia que, recusando "pela esquerda" apoiar as forças do capital, revelarão a sua incapacidade de se aliarem à classe operária, saindo "pela direita" e desembocando no reformismo social-democratizante e co-gestionário, mesmo quando mascarado por um palavreado "de esquerda". Na actualidade, o BE já não reclama ser a força dirigente do operariado, como faziam anos atrás os agrupamentos esquerdistas que se fusionaram para o criarem. Vá lá, já é um avanço, na sua auto-avaliação.
Saudações fraternas.

Paulo Mouta said...

Antes de mais é preciso que se entenda que nunca poderia resultar qualquer aliança pré-eleitoral entre PCP e BE. Isso seria mesmo o princípio do fim das duas estruturas políticas. Mas isso não quer dizer que não exista uma solução e um caminho comum a percorrer precisamente depois das eleições de ocnvergência nas iniciativas. É de recordar que os dois partidos partilham o mesmo espaço político das esquerdas no parlamento europeu e isso representa um sinal muito positivo.

A minha referência aos exemplos sul-americanos foi precisamente para termos exemplos práticos onde os partidos comunistas não jogam um papel de vaguarda nas rvoluções mas antes um papel de retaguarda aos movimentos espontâneos dos povos. E isso não retira qualquer legitimidade aos processos revolucionários em causa e liberta-os dos "ismos" dogmáticos sufocantes nos quais a esquerda se tem vindo a enterrar desde muito cedo.

É essa "nova" forma de entendimento que o socialismo se faz incluindo e não excluindo, que está a fazer com que aqueles que defendiam ainda há poucos anos o fim da História comecem a repensar e reecrever o seu próprio pensamento vincadamente ideológico precisamente sobre o desaparecimento as ideologias.

Não vejamos inimigos onde eles não estão pois o próprio conceito de classes é hoje muito distante e muito diferente dos tempos de Marx e Engels, mas o espírito e a natureza humanas permanecem exactamente iguais e exactamente como descreveu Adam Smith. Os inimigos estão do outro lado. Nós estamos a querer contrariar as nossas próprias entranhas e isso é uma tarefa demasiado complicada.

Se continuamos refugiados nas interpretações intelectuais do socialismo arriscamo-nos a perder o combóio da História. E o tempo é agora!

Crixus said...

É bem isto camarada, e mais. Há o oportunismo, a sabotagem feita pelo BE às lutas mais justas do povo português e as tentativas de alienação e desconsciencialização (se é que a palavra existe) nas quais são mestres. O BE é um epifenómeno da política portuguesa, o PCP é a materialização da luta do povo português, o PCP existe porque existem e existiram lutas nos campos, nas fabricas, nas escolas, nas colectividades, etc... O BE existe (entre outras coisas) para representar uma camada da pequena burguesia radicalizada e jovem, que não se revê nos partidos conservadores mas que, tendo consciência de classe, nunca apoiaria o partido do povo e dos trabalhadores. Por outro lado compreendo a posição do Paulo Mouta, que me parece querer tanto como eu, pelo menos, que se efective em Portugal uma alternativa progressista e de esquerda. No meu entendimento, e baseando-me nos ensinamentos do PREC, qualquer movimento revolucionário deve ser forjado nas ruas, nas fábricas, nas escolas, nas empresas, na casa de cada um. Apesar disso, ou por isso, é importante (fundamental) a existencia de uma organização de vanguarda, que exprima os interesses mais justos e legitimos do povo. Mas isto não significa a exclusão de outras forças progressistas ou reformistas. Houve no PREC bastantes casos em que elementos da Igreja, por ex, foram essenciais na efectivação de conquistas. Mas parece-me um erro colocar o BE no mesmo patamar de compremetimento com as aspirações progressistas do povo português que o PCP. Os niveis de militancia são incomparaveis, a coerencia, a história, a ligação à realidade, etc... Além disso existem posições dentro do BE que são incompativeis com o meu (pelo menos) entendimento de progresso, por ex, as posições de Antonio Chora sobre o sindicalismo, que são mais proximas das do Sr. Van Zeller que da CGTP.
Mais um grande contributo do Império para a discussão na blogosfera. Abraço

josé machado said...

A leitura deste post foi realmente refrescante, no qual descreveste de forma bastante lúcida e clara as enormes e principais diferenças entre o PCP e o BE.
Confesso que este post inspirou-me tendo em conta as enormes dificuldades de assimilação por parte daqueles que tão facilmente julgam o PCP.

Numa rápida análise às origens do BE, defrontamos com a estranha correlação de forças políticas social-democratas e aventuristas da extrema esquerda, tais como a Política XXI, PSR e UDP. Penso que tais fontes respondem às várias políticas centrais deste partido na actualidade.


Tal como o Paulo Mouta escreveu aqui, as formas e conceitos científicos de Marx, ainda hoje se encontram válidas, não obstante as vias que nos encaminham ao PCP e a todos os partidos que as praticam, sofreram enormes desgastes com a proliferação do capitalismo, que se usou de propaganda caluniosa, somente por representarem o único perigo significativo. É claro que esta propaganda contou com o aproveitamento selectivo de regimes socialista falhados.

De facto o BE entra bem aqui, quando surge uma necessidade de ruptura com o sistema vigente, torna-se desta forma uma alternativa ao PCP agradável, uma alternativa estéticamente próxima, mas que não lesa o fundamental, a oligarquia parasitária da economia nacional.

josé machado said...

Julgo que também é importante referir as inúmeras inconstâncias decisivas dos partidos que hoje formam o BE no PREC. É necessário compreender que as posições descordenadas que os esquerdistas destes partidos tomaram na importante época de defesa da revolução dos cravos, definem a actual posição do PCP em relação ao BE, mais quando se sabe que muitas dessas posições eram contra o partido comunista.

Quando se dá o exemplo da América Latina, é importante ter em conta as enormes diferenças culturais que isso possa representar, porque se analisarmos bem, o PCP em portugal representa as forças pogressistas que acualmente vingam nesses países. Por exemplo, o partido comunista da Venezuela era já burocratizado, distante da classe operária, ao contrário do que se passa em Portugal.