Wednesday, July 28, 2010

caricatura (da realidade)

Imaginem uns tipos balofos, fumando uns charutos, sentados à mesa bem guarnecida de um banquete. Ao fundo toca uma pequena orquestra de câmara para "dar ambiente". O faisão estava óptimo, a corsa divinal, o caviar foi-se num instante. Os empregados retiraram da mesa os pratos com a velocidade e prontidão com que os puseram sobre ela. Nunca na vida poderiam sequer ferrar o dente em semelhante carne ou iguarias.

Lá fora, as mudanças questionavam o facto de esses tipos, os balofos, irem mandando no mundo sem prestar contas a ninguém. Em alguns lugares do mundo, os servos e os famintos levantavam o dorso e exigiam a "democracia". Os senhores, antes que os apanhassem em falso, pensaram:

balofo 1:"que mal terá a democracia, desde que nós sejamos os eleitos?"

balofo 2:"tem toda a razão meu caro amigo. como nunca pensámos nisso?"

balofo 3:"basta então garantir que votem em nós?"

balofo 4:"não. nem sequer nos preocupemos com isso. porque não haverá outra opção real. apresentemo-nos nós, fingindo ser diferentes, e proibiremos todos os restantes"

balofo 1:"mas então isso não será democracia... nem mesmo fingida."

balofo 4:"tem toda a razão, caro amigo..." enquanto bafejava o charuto e bebia a última gota do seu cognac - "arranjaremos facilmente maneira de tapar o caminho a outros... a não ser, claro, os que nos comem à mão."

balofo 2:"de facto, somos donos de tudo. facilmente seremos os únicos na corrida. ou pelo menos será fácil criar essa ilusão. ao fim e ao cabo somos donos das rádios, dos jornais, seremos também donos das TVs. Somos donos das escolas, das fábricas, dos campos. não será difícil."

balofo 3:"muito bem. para que a democracia seja convincente não poderemos ser um só partido. Farei eu próprio o PS. proponho o amigo para fazer o PSD, semelhante em tudo mas diferente! (piscando o olho) e sugiro que se cubra todo o arco das sensibilidades, sendo o amigo o CDS e o senhor, se não se importasse de fazer essa figura, seria assim uma espécie de esquerda folclórica, diz-se radical e faz de adorno pluralista."

E foram-se rindo e gracejando sobre como iludiriam as massas e usariam a democracia para ir ainda mais longe, agora "democraticamente legitimados".

O que não sabiam é que nenhuma barreira faria cair a persistência, a preserverança e a coragem dos "outros" que não se sentavam naquela mesa e não lhes comiam à mão.

25 comments:

Maria said...

Excelente!!!

Um abraço.

António said...

arrisco-me a dizer que isto trabalhado dava um belo guião sobre a politica actual e a nossa democracia. não queres pensar nisso? se quiseres falamos sobre o assunto e nós produzimos isso na low cost.
abraço

Sérgio Ribeiro said...

Bárbaro!
Vou ensaiar isto (com umas alterações a autorizar pelo autor) para fazem em jogral!
Propostas de realização cénica-radiofónico-televisiva-cienmatográfica não te irão faltar!

Um abraço

A CHISPA ! said...

Bom texto, no entanto pensamos que tem uma lacuna.
Visto que o CC do PCP aprovou recentemente (28 de Julho) um conjunto de propostas no sentido de combater a crise do capitalismo (entenda-se, salvar a burguesia da crise)entre as quais a que exige a criação de uma taxa extraordinária (não difinitiva)para todos os capitalistas que obtenham um lucro superior a 50 milhões de euros por ano,alargando assim o seu conceito sobre as classes "anti-monopolistas,com que se pretende ALIAR e visto que isto,na nossa opinião é mais do que comer na mão dos capitalistas.
Não acham que também poderiam alargar a vossa ideia e colocar lá também a direcção do partido.
Um abraço
"achispavermelha.blogspot.com"
"A CHISPA!"

miguel said...

bem compreendo o ressabianço esquerdista. principalmente depois de verem o seu grupelho votar a favor dos empréstimos à grécia. porém a crítica que aqui fazem é estúpida além de esquerdista, o que aliás, são características que caminham sempre de mãos dadas. se essa medida fosse um favor à burguesia por que não terá sido aprovada? como por exemplo ... sei lá... o empréstimo à grécia?

miguel said...

Ok. desculpa a rispidez e o facto de te julgar tão depressa. na volta nem és do be.
é que reajo intempestivamente a frases feitas. de toda a forma, desculpa lá, mas não me parece uma análise minimamente acertada confundir o cc do pcp com os interesses da burguesia. se fazes essa apreciação, buscas inimigos onde os não há.

ah, jerónimo... meu ganda capitalista!

abraço

A CHISPA ! said...

Império Barbaro
Você não responde à questão que lhe é colocada,simplesmente diz que escolhi mal o "inimigo".

Se ainda não leu ou tomou conhecimento das decisões do CC do PCP de 28 de Junho, então vá lê-las e diga-me onde é que aquelas conclusões atacam a burguesia ou estão contra a ofensiva capitalista ou que coloquem o capitalismo em causa.

Não é por acaso que Santana Lopes,e A.J.Jardim e a Igreja e outros sectores da burguesia defendem um Pacto Social com as centrais sindicais em particular com a CGTP e são favoráveis à constituição de um "governo de salvação nacional" aberto ao PCP.

Será por verem no PCP uma força que se opõe aos seus interesses ou é porque vêm que este é o único partido capaz de conter o movimento social em caso de uma possível crise social e politica a existir e que ponha em causa as medidas que têm necessidade de aplicar, não só para reduzir o déficit público, como mesmo para readquirir a perda de competitividade em relação a todas as economias suas concorrentes.

A perda continuada de direitos por parte dos trabalhadores desde o 25 de Novembro de 1975 até às recentes e inconsequentes formas de luta contra a politica anti-social e anti-laboral do governo, que estão a permitir a aplicação das medidas contidas no dito PEC, são mais que provas concretas, não só do beija mão que faz, mas inclusivamente como se coloca a jeito.

Se não for tão "intempestivo" e tenha um pouco mais de atenção nas suas análises reparará concerteza, que as intervenções politicas do PCP no parlamento ou através dos seus comunicados, são todas no sentido de ajudar a burguesia a sair da crise,ou seja: A intervenção do PCP,apesar de muitas vezes apresentar um certo radicalismo verbal ela não é anti-capitalista, mas resume-se apenas à crítica de como os partidos da burguesia fazem a gestão do capitalismo.

O governo ainda aplicou uma taxa como medida "simbólica" (para não se dizer que as medidas eram apenas contra os pobres) a todos os capitalistas que obtenham um lucro anual superior a 2 milhões de euros, mas pelos vistos a Direcção do PCP só queria que fosse a partir de 50 milhões de euros.

Quanto ao "esquerdismo" do BE eu não o consigo encontrar, bem pelo contrário,a não ser que o julgue pelas posições direitistas da politica que os dirigentes do PCP defendem.

Nota:Se está tão convicto da opinião que defende,espero, que no seu próximo comentário me diga porque razão as decisões do CC de 28 de Junho são justas.
Um abraço
"achispavermelha.blogspot.com"
"A CHISPA!"

miguel said...

Caro amigo,

não sei ao certo porque lhe responderei, dado o conteúdo absolutamente disparatado e ofensivo dos seus comentários aqui no império bárbaro.

Mas darei o meu melhor para não responder na mesma moeda.

1. Tomei conhecimento das declarações produzidas em função da resolução do comité central no próprio dia em que foram produzidas.

2. Se quer usar como guias ideológicos e como referências na sua análise política, figuras tão credíveis como AJ Jardim e Santana Lopes, isso é lá consigo. Da minha parte e da do PCP, não espere qualquer tipo de proximidade com essas rastejantes figuras da nação. Da mesma forma e apesar de eu nunca os ter ouvido afirmar tal barabridade, conte com um PCP que não se apresenta a eleições com o intuinto apenas de se pôr em bicos de pés para entrar em qualquer governo. A solução para a crise é o socialismo e não a mitigação capitalista. ´(http://www.pcp.pt/comunicado-do-comit%C3%A9-central-do-pcp-11-04. como pode encontrar em vários comunicados do CC, incluindo este).

3. Já reparei que a chispa é muito corajosa e que julga o PCP um partido resposnável pela perda de direitos da população e dos trabalhadores desde o 25/11. Curiosa análise, mas que bem denúncia a demência que se apossou do seu julgamento. As formas de luta inconsequentes, como lhe chama, terão a força que o povo e os trabalhadores quiserem, e não necessariamente a força que o PCP quiser. De toda a forma, conte com o PCP lá nessas frentes de luta de massas, pois caso contrário, faríamos como os demais revoltados
que se enfiam na sua própria vaidade e estupidez, julgando-se sempre mais lúcidos e mais corajosos que o colectivo inteiro. Sobre as formas de luta inconsequentes, diga-me lá que mobilizações de massas consegue por detrás desse seu computador ou com os seus panfletos, que certamente distribui sozinho.
Mas lendo o seu blog tudo se torna claro: "o PCP está feito com a burguesia porque não tratou das novas formas de luta a anunciar na última manifestação da CGTP". Curiosa análise essa que demonstra a ausência total de compreensão da situação política e do funcionamento da luta social em Portugal. Não sendo Portugal a Grécia, seria no míminimo útil conhecer aquilo de que se fala. Sobre isto importa dizer que o PCP não decide pelos milhares de trabalhadores filiados na Inter e muito menos decide pelas diversas forças que se afirmam, como sabe no interior da Inter. Importa também dizer que, caso não saiba, o KKE é um partido que procede à sua reconstrução após as cisões e que busca precisamente no PCP um parceiro fundamental para essa reconstrução, sendo provavelmente um dos partidos com quem o PCP mantém mais íntimas ligações e cooperação. No entanto, como me parece evidente, o KKE segue o seu caminho e o PCP o seu, como é bom e positivo que seja. Aproveito aqui para dizer que, ao contrário do que tem postado no seu blog, o PCP não é membro do famigerado partida da esquerda europeia e estou mais do que certo de que se algum camarada do KKE o ouvisse utilizar as suas declarações ou posições ou mesmo o nome do seu partido para atacar o PCP, seria o primeiro a retirar-lhe a autoridade para o fazer. E eu conheço pessoalmente diversos membros do KKE, do CC do KKE e da KNE.

miguel said...

4. As intervenções do PCP no Parlamento não são declarações políticas para as massas. São posições assumidas perante cada um dos assuntos em discussão. Como certamente saberá, o PCP não pode propor no parlamento português o socialismo. Ou acha que podemos apresentar um projecto de lei que visa construir o poder socialista e o fim da exploração do homem pelo homem. Achar isso é absolutamente disparatado. Sobre as medidas propostas, importa não as desligar do contexto e do património de propostas do PCP. A sobretaxa extraordinária para cobrar acima dos 50 milhões de lucro, o aumento do IRC da banca, etc são medidas apresentadas num contexto específico em que é importante buscar soluções que não recaiam ainda mais sobre o povo trabalhador. O povo e os trabalhadores sbem que o PCP defende a nacionalização da banca comercial, como anunciou por diversas vezes, mas o povo não compreenderia que o PCP se cingisse a essa proposta e não apresentasse qualquer outram dada a correlação de forças actual manifestamente não ser favorável. Também reparo que o "el comunista" (certamente o único comunista português) se refere à intervenção institucional e parlamentar do PCP como se essa intervenção resumisse a intervenção política e social do Partido. Sobre isso, escusar-me-ei a tecer comentários porque revela uma vez mais a total ausência de conhecimento e de vontade de conhecer a realidade sobre o PCP. Mas isso é lá consigo. Se quer continuar a achar que é o único comunista português e que sozinho vencerá as forças do capitalismo, então sugiro-lhe que construa um colectivo partidário e lidere as massas e o proletariado até à sua libertação. Peço-lhe que me indique uma declaração do GP do PCP que seja conciliadora, que seja anti-popular ou revisionista. Uma só. Eu próprio lhe posso fazer chegar inúmeras declarações do GP em que se afirma o socialismo.

5. Uma das manifestações de esquerdismo é essa mesma: a da social-democratização galopante. Há vários tipos de esquerdismo, mas todos eles consistem na estupidez de se achar sempre mais válido, mais corajoso, mais sábio do que o colectivo inteiro, particularmente se no colectivo existir gente dessa que querem libertar, mas não podem aceitar que lidere, o operariado.

Peço que me desculpe antecipadamente pelo fim da conversa, mas estou de férias e, como tal não a continuarei. Ficou à vista de todos, e particularmente de quem ler o seu blog, a forma leviana e simplista como tenta ler a cena política e a acção dos partidos comunistas. Curiosamente, estou certo de que o KKE lhe diria o mesmo que lhe estou a dizer. E faço-lhe um último apelo: páre de enfiar esse bando de esquerdistas, essa muleta da burguesia no mesmo saco em que enfia o PCP.


abraço,

miguel tiago

A CHISPA ! said...

Caro Miguel
Como é possivel considerar os meus comentários de"ofensivos" quando você usa termos como de "estúpidêz" "simplistas" e de "esquerdistas" para me qualificar sem conseguir provar minimamente as acusações que faz.

Mas adiante

Estive a ler o tal documento que me recomendou, depois de o analisar concluí que não trás nada de novo, as suas propostas são exactamente as mesmas do que já antes tinham dito,e que continuaram a ser reafirmadas nas reuniões seguintes do CC, ou seja são aquelas que a direcção do partido entende como necessárias,para um programa de "Ruptura, Patriótico e de Esquerda" para contrapôr às politicas económicas ao serviço do grande capital produzidas pelo governo e que tem como principais objectivos:
"O pleno emprego como a grande prioridade; O crescimento económico,pelo aumento significativo do investimento público e da eficácia e eficiência na utilização dos fundos comunitários,pela ampliação e dinamização do mercado interno, acréscimo das exportações, aumento da competitividade e produtividade das empresas portuguesas; e a defesa e afirmação do aparelho produtivo nacional como MOTOR do crescimento económico"
Qualquer marxista VULGAR ao analisar este programa, não tem dúvidas em qualificá-lo de burguês e capitalista.
Mas o mais interessante é, que este programa é apresentado para combater o desemprego e mesmo conseguir-se o pleno emprego.
Não podia ser de outra forma,pois só assim se pode enganar não só os trabalhadores, como mesmo a grande maioria dos seus militantes.
Assim gostaria que me explica-se, como é possivel evitar o desemprego,quanto mais criar emprego, quando se propõe o desenvolvimento económico assente no aumento da competitividade e da concorrência,quando é esta precisamente a gêradora das crises económicas capitalistas e do aumento do desemprego e de todas as chagas sociais,para mais quando a economia capitalista nacional está confrontada com preços de produção muito inferiores ao que actualmente pratica, apesar do nivel dos salários dos trabalhadores pior remunerados serem dos mais baixos da Europa.

Mas vai ainda mais longe, propõem o aumento da produtividade,e da produção nacional, ora esta só se consegue dado o actual quadro de crise de duas formas: 1º redução dos tempos mortos,o que implica a retirada de um determinado número de direitos aos trabalhadores,como por exemplo o tempo atríbuido às necessidades fisiológicas e outros direitos, que ao serem retirados(porque os capitalistas não o fazem por menos e para isso basta verificar-mos a repressão exercida dentro das empresas) resultarão no aumento da carga de exploração.A segunda medida e que trará ganhos de custos de produção imediatos,só pode ser conseguido com o aumento dos horários de trabalho ou com a introdução de novas tecnologias,mas estas ao serem aplicadas como propõe a direcção do PCP, têm como consequências imediatas o despedimento de milhares de trabalhadores.Será que o COLECTIVO do CC analisou e mediu bem as consequências práticas destas medidas que propõe? Qualquer marxista, mesmo VULGAR, se apercebe que têm o efeito contrário daquele que o COLECTIVO do CC pretende.
Mas quando propõe um melhor apoio às empresas portuguesas,e neste caso mais concreto às exportadoras, quem é que se pretende defender,os empregos ou os interesses do capital,dado que a dita competitividade e concorrência são o principal factor que provoca uma escalada na exploração e no desemprego,e como tal contribui para o aprofundamento da miséria social.

Continua:

A CHISPA ! said...

Continuação:
Dizem que estão contra a permanência na U.E. e responsabilizam as politicas imperialistas desta, como o principal factor pela perda da Soberania Nacional e de uma maior dependência económica, o que não deixa de ser verdade. Mas em vez de exigirem e lutar por dela sair, o que implicaria alterar todo o seu programa politico estratégico e adoptar uma táctica revolucionária, centrada nos principais interesses económicos politicos imediatos do proletariado e da independência nacional, SÓ POSSÍVEIS de conquistar através da Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado, exigem, que os governantes de serviço e a burguesia capitalista, os principais beneficiados,lutem nas instâncias da própria U.E.(veja-se só) contra esta politica de submissão.Como se alguma vez estes estivessem interessados em fazê-lo, para mais contra os seus próprios interesses económicos e politicos de classe.

Mas não satisfeitos totalmente com esta sua análise burguesa,propõem uma melhor EFICÁCIA e EFICIÊNCIA na distribuição dos SUBSÍDIOS comunitários, quando estes são a verdadeira causa da parasitagem burguesa e pelas perdas de Soberania e de aumento da dependência económica.Quer dizer estão "contra" a U.E. mas ao mesmo tempo não querem prescindir da politica subsidiária.

Subsídios esses que "bem distribuidos" serviriam para um maior "desenvolvimento e dinamização do mercado interno",quando este é inteiramente dominado pela grande burguesia financeira,industrial e comercial, nacional e internacional. Será que existe aqui algum interesse para o proletariado quando se propõe esta medida? Só para RIR Miguel.
Acha que quem propõe um programa destes dito de "combate ao desemprego" pode defender o socialismo?

SOBRE O SOCIALISMO
Todas as organizações pequeno burguesas ditas de esquerda, inclusivamente o B.E. também dizem defender o socialismo e inclusivamente esta expressão figura nos seus "programas", mas quando os consultamos verificamos que afinal nada daquilo que propõem tem a ver com o socialismo proletário que pretendemos instaurar, a maioria dos seus conceitos reflectem os interesses de outras classes e não os interesses do proletariado.

Mas se isto não é o suficiente para o fazer reflectir mais profundamente, vejamos o sucedido à União Soviética e a todo o campo socialista, que em nome do DESENVOLVIMENTO e da MODERNIZAÇÃO SOCIALISTA, degenerou completamente, arrastanto atrás de si todo o MCI desde 1956, chegando-se ao mais completo absurdo de se APOIAR as teses da Perestróika, alegando-se que se tratava de um documento socialista, porque nas suas páginas se fazia alusão ao socialismo, quando qualquer Marxista revolucionário se apercebia perfeitamente que se tratava de um documento reacçionário e que tinha como objectivo o retorno do capitalismo à PÁTRIA dos SOVIETES.
Continua:

A CHISPA ! said...

Continuação:
Miguel, você não respondeu às questões que lhe coloquei, sobre se entendia que aquele tipo de medidas aprovadas em 28 de Junho, servia os interesses dos trabalhadores ou não, limitou-se a dizer-me que aquelas medidas eram no sentido de "se evitar" que o peso total das medidas anti-sociais produzidas pelo governo e pela classe capitalista, caíssem sobre os trabalhadores.
Ao contrário do que diz,não é com estas medidas que propõem e que deixando o grande grosso dos capitalistas que auferem lucros abaixo dos 50 milhões de euros de lucro por ano, lucro este só ao alcance dos grandes capitalistas e propondo-se uma taxa de 0,1% sobre os especuladores bolsistas, quando no minimo se devia propõr uma taxa igual, como a qualquer outro lucro, que em termos financeiros representa uma ridicularia, que se EVITA que os custos da crise caiam em cima dos trabalhadores. Se a ideia que presidiu à aprovação destas medidas, são aquelas que você profere, então eu digo-lhe que se trata de uma BRINCADEIRA POLITICA para tapar os olhos aos trabalhadores e aos seus militantes.

A única atitude coerente que um partido revolucionário pode tomar em defesa dos interesses dos trabalhadores, mesmo propondo medidas no sentido de fazer os capitalistas pagarem a crise que provocaram e que é decorrente do modo de producção capitalista é de simples rejeição de todas as medidas anti-sociais e anti-laborais contidas na presente ofensiva de recuperação capitalista em curso.Caso assim não proceda,nem sequer conseguirá MITIGAR qualquer solução capitalista por mais pequena que seja, o proletariado pagará por inteiro os custos da crise.

Diz-me que as "intervenções do PCP no parlamento não são para as massas" então são para quem,para os representantes da burguesia capitalista? Porque razão, as massas não têm a obrigação de ser esclarecidas sobre TODOS os assuntos politicos,que lá são discutidos, quando são os seus interesses que estão em causa?Ou não será o parlamento burguês a casa onde os deputados da burguesia legislam as leis que há-dem depois explorar o povo trabalhador. Mas a função de um deputado eleito pelo partido revolucionário, não é exactamente de utilizar a tribuna parlamentar para denunciar ao povo trabalhador as leis que são feitas contra ele,como os crimes que a burguesia e o capitalismo cometem e tratá-lo de mobilizar contra o sistema de exploração capitalista e demonstrar pelas suas intervenções revolucionárias que só o socialismo proletário o poderá livrar da exploração de que é alvo?
Esconder dos trabalhadores a sua intervenção,e reduzi-la apenas ao CIRCO parlamentar burguês,é procurar ajudar a burguesia a põr em prática as suas leis reacçionárias, é não ter em conta os interesses dos trabalhadores e é por ter de facto essa prática, que a burguesia tem aprovado um MONTÃO de leis que visam destruir os direitos dos trabalhadores, e que estes se encontram num estado relativamente grande de atraso do seu nivel de consciência de classe e politica que tem permitido, que a burguesia aplique as suas politicas anti-sociais, com um minimo de oposição proletária.
Que não se "deve propôr o socialismo no parlamento", quando a própria constituição prevê o direito à revolta e o socialismo é uma das metas nela prevista, porque razão não se deve propôr o socialismo? Realmente tem razão, não se pode criticar os partidos da burguesia, pelas formas como eles gerem o capitalismo e fazer propostas para o desenvolvimento desse mesmo capitalismo e depois defender o socialismo.Isso seria cometer um acto politico ABSURDO.
Continua:

A CHISPA ! said...

Continuação:
Miguel, você não respondeu às questões que lhe coloquei, sobre se entendia que aquele tipo de medidas aprovadas em 28 de Junho, servia os interesses dos trabalhadores ou não, limitou-se a dizer-me que aquelas medidas eram no sentido de "se evitar" que o peso total das medidas anti-sociais produzidas pelo governo e pela classe capitalista, caíssem sobre os trabalhadores.
Ao contrário do que diz,não é com estas medidas que propõem e que deixando o grande grosso dos capitalistas que auferem lucros abaixo dos 50 milhões de euros de lucro por ano, lucro este só ao alcance dos grandes capitalistas e propondo-se uma taxa de 0,1% sobre os especuladores bolsistas, quando no minimo se devia propõr uma taxa igual, como a qualquer outro lucro, que em termos financeiros representa uma ridicularia, que se EVITA que os custos da crise caiam em cima dos trabalhadores. Se a ideia que presidiu à aprovação destas medidas, são aquelas que você profere, então eu digo-lhe que se trata de uma BRINCADEIRA POLITICA para tapar os olhos aos trabalhadores e aos seus militantes.

A única atitude coerente que um partido revolucionário pode tomar em defesa dos interesses dos trabalhadores, mesmo propondo medidas no sentido de fazer os capitalistas pagarem a crise que provocaram e que é decorrente do modo de producção capitalista é de simples rejeição de todas as medidas anti-sociais e anti-laborais contidas na presente ofensiva de recuperação capitalista em curso.Caso assim não proceda,nem sequer conseguirá MITIGAR qualquer solução capitalista por mais pequena que seja, o proletariado pagará por inteiro os custos da crise.

Diz-me que as "intervenções do PCP no parlamento não são para as massas" então são para quem,para os representantes da burguesia capitalista? Porque razão, as massas não têm a obrigação de ser esclarecidas sobre TODOS os assuntos politicos,que lá são discutidos, quando são os seus interesses que estão em causa?Ou não será o parlamento burguês a casa onde os deputados da burguesia legislam as leis que há-dem depois explorar o povo trabalhador. Mas a função de um deputado eleito pelo partido revolucionário, não é exactamente de utilizar a tribuna parlamentar para denunciar ao povo trabalhador as leis que são feitas contra ele,como os crimes que a burguesia e o capitalismo cometem e tratá-lo de mobilizar contra o sistema de exploração capitalista e demonstrar pelas suas intervenções revolucionárias que só o socialismo proletário o poderá livrar da exploração de que é alvo?
Esconder dos trabalhadores a sua intervenção,e reduzi-la apenas ao CIRCO parlamentar burguês,é procurar ajudar a burguesia a põr em prática as suas leis reacçionárias, é não ter em conta os interesses dos trabalhadores e é por ter de facto essa prática, que a burguesia tem aprovado um MONTÃO de leis que visam destruir os direitos dos trabalhadores, e que estes se encontram num estado relativamente grande de atraso do seu nivel de consciência de classe e politica que tem permitido, que a burguesia aplique as suas politicas anti-sociais, com um minimo de oposição proletária.
Que não se "deve propôr o socialismo no parlamento", quando a própria constituição prevê o direito à revolta e o socialismo é uma das metas nela prevista, porque razão não se deve propôr o socialismo? Realmente tem razão, não se pode criticar os partidos da burguesia, pelas formas como eles gerem o capitalismo e fazer propostas para o desenvolvimento desse mesmo capitalismo e depois defender o socialismo.Isso seria cometer um acto politico ABSURDO.
Continua:

A CHISPA ! said...

Continuação:
Miguel, você não respondeu às questões que lhe coloquei, sobre se entendia que aquele tipo de medidas aprovadas em 28 de Junho, servia os interesses dos trabalhadores ou não, limitou-se a dizer-me que aquelas medidas eram no sentido de "se evitar" que o peso total das medidas anti-sociais produzidas pelo governo e pela classe capitalista, caíssem sobre os trabalhadores.
Ao contrário do que diz,não é com estas medidas que propõem e que deixando o grande grosso dos capitalistas que auferem lucros abaixo dos 50 milhões de euros de lucro por ano, lucro este só ao alcance dos grandes capitalistas e propondo-se uma taxa de 0,1% sobre os especuladores bolsistas, quando no minimo se devia propõr uma taxa igual, como a qualquer outro lucro, que em termos financeiros representa uma ridicularia, que se EVITA que os custos da crise caiam em cima dos trabalhadores. Se a ideia que presidiu à aprovação destas medidas, são aquelas que você profere, então eu digo-lhe que se trata de uma BRINCADEIRA POLITICA para tapar os olhos aos trabalhadores e aos seus militantes.

A única atitude coerente que um partido revolucionário pode tomar em defesa dos interesses dos trabalhadores, mesmo propondo medidas no sentido de fazer os capitalistas pagarem a crise que provocaram e que é decorrente do modo de producção capitalista é de simples rejeição de todas as medidas anti-sociais e anti-laborais contidas na presente ofensiva de recuperação capitalista em curso.Caso assim não proceda,nem sequer conseguirá MITIGAR qualquer solução capitalista por mais pequena que seja, o proletariado pagará por inteiro os custos da crise.

Diz-me que as "intervenções do PCP no parlamento não são para as massas" então são para quem,para os representantes da burguesia capitalista? Porque razão, as massas não têm a obrigação de ser esclarecidas sobre TODOS os assuntos politicos,que lá são discutidos, quando são os seus interesses que estão em causa?Ou não será o parlamento burguês a casa onde os deputados da burguesia legislam as leis que há-dem depois explorar o povo trabalhador. Mas a função de um deputado eleito pelo partido revolucionário, não é exactamente de utilizar a tribuna parlamentar para denunciar ao povo trabalhador as leis que são feitas contra ele,como os crimes que a burguesia e o capitalismo cometem e tratá-lo de mobilizar contra o sistema de exploração capitalista e demonstrar pelas suas intervenções revolucionárias que só o socialismo proletário o poderá livrar da exploração de que é alvo?
Esconder dos trabalhadores a sua intervenção,e reduzi-la apenas ao CIRCO parlamentar burguês,é procurar ajudar a burguesia a põr em prática as suas leis reacçionárias, é não ter em conta os interesses dos trabalhadores e é por ter de facto essa prática, que a burguesia tem aprovado um MONTÃO de leis que visam destruir os direitos dos trabalhadores, e que estes se encontram num estado relativamente grande de atraso do seu nivel de consciência de classe e politica que tem permitido, que a burguesia aplique as suas politicas anti-sociais, com um minimo de oposição proletária.
Que não se "deve propôr o socialismo no parlamento", quando a própria constituição prevê o direito à revolta e o socialismo é uma das metas nela prevista, porque razão não se deve propôr o socialismo? Realmente tem razão, não se pode criticar os partidos da burguesia, pelas formas como eles gerem o capitalismo e fazer propostas para o desenvolvimento desse mesmo capitalismo e depois defender o socialismo.Isso seria cometer um acto politico ABSURDO.
Continua:

A CHISPA ! said...

Continuacão:
Sobre o KKE
É com enorme simpatia que apreciamos as atitudes revolucionárias, que o Partido Grego tem vindo a demonstrar desde 1990, período em que iniciou a sua reconstrução revolucionária, corrigindo a sua anterior linha politica reformista,passando a defender a Revolução Socialista e a Ditadura do Proletariado, expulsando toda a tralha oportunista e aos poucos tem vindo a aprofundar a sua auto-critica em relação ao seu passado colaboracionista com a politica contra-revolucionária e revisionista do partido Soviético, que como já se disse atrás, conduziu e condenou o país e o povo de novo ao saque e à exploração capitalista.
Devido a esta correção de linha politica e ao aprofundamento da sua auto-critica, o Partido Grego é hoje um partido combativo, tanto dentro como fora do parlamento, opõem-se determinantemente às medidas anti-sociais e anti-laborais do governo social-fascista grego, mobiliza constantemente o povo e o proletariado grego a oporem-se com redobrada energia a esta ofensiva de recuperação capitalista, que procura destruir os mais elementares direitos conquistados pelo povo trabalhador,como coloca os interesses do seu proletariado acima de todas as causas,não temendo qualquer acção por mais violenta que seja por parte da sua burguesia capitalista, por isso tem recebido a admiração de todos quanto lutam pelo ideal comunista.

É evidente que o Partido Grego precisa da solidariedade de todos os trabalhadores do mundo e aceita todos os conselhos que visem reforçar a sua luta e a sua linha politica comunista,inclusivamente, mesmo daqueles que do ponto de vista politico e ideológico estão bastante afastados das suas posições revolucionárias, como é o caso do PCP.
Mas as ajudas principais que o partido grego tem pedido,são aquelas que têm a ver com a sua luta concreta coutidiana de resistência à ofensiva capitalista,e tendo consciência apesar das formas de luta superiores que tem proposto e conduzido não serem suficientes para conter o caudal reacçionário e não deixar cair a sua luta no isolamento e dado que outros povos estão a ser vitimas dos mesmos ataques, tem vindo a apelar INSESTENTEMENTE para uma luta conjunta e mais ampla e tendo noção das posições politicas e da pequenês dos outros partidos europeus, tem apelado especialmente ao PCP para uma colaboração mais estreita, dado que este tem uma certa influência e consegue mobilizar várias camadas do proletariado.
Mas como é bom de vêr pelas formas de luta que se têm desenvolvido em Portugal, que tem permitido a aplicação das medidas anti-sociais e anti-laborais, esta colaboração tem falhado completamente.
Mais grave ainda, foi o único partido da U.E.que não assinou a Declaração Conjunta contra a ofensiva capitalista determinada pela Comissão Europeia para todos os governos.Alegando para o efeito a necessidade de precisar de mais tempo para analisar o documento.

No entanto, não quer dizer que "A CHISPA!" concorde inteiramente com a politica táctica do Partido Grego, concretamente a parte que se relaciona com a politica de "alianças" com várias camadas sociais ditas anti-monopolistas, porque considera que a única classe anti-monopolista na época do imperialismo é o proletariado, todas as outras classes intermédias que de uma ou outra maneira são arruinadas e proletarizadas pela acção do monopólio, apenas lutam para resistir e defender os seus interesses enquanto classe burguêsa.Assim entendemos que o papel do partido revolucionário é ganhar essas massas para o campo da revolução,ou neutraliza-las, demonstrando-lhes a cada momento a lógica do desenvolvimento do capitalismo monopolista, como causa da sua ruína e que só o socialismo lhes pode garantir a subsistência.
Continua:

A CHISPA ! said...

Continuação:
"A CHISPA!" tem consciência que a divulgação e a comparação das politicas revolucionárias do KKE-PCGrego, com as politicas reformistas, social-chauvinistas e pacifistas do PCP, do BE e outros grupos menores, podem contribuir para o esclarecimento e para a ELEVAÇÃO da consciência politica e da ideologia proletária, de grande parte dos militantes influênciados por estas politicas pequeno burguesas, particularmente neste período de grave e profunda crise do capitalismo. Assim continuaremos a proceder no presente e no futuro.

Por fim quero-lhe dizer que concordo com a maioria dos argumentos que utiliza no artigo, que penso que escreveu "Sobre A influência do petróleo, no colapso do capitalismo"a parte com o qual não concordo é quando se refere ao "neoliberalismo". Mas isso se desejar, poderá ser uma conversa a termos um pouco mais tarde, pois agora ao contrário de si, que está de férias eu estou carregado com afazeres.
Uma outra questão que lhe queria colocar e que tem a ver com as politicas que o COLECTIVO do CC defende, sobre os APOIOS aos pequenos e médios capitalistas é a seguinte: Se o monopólio nasce da pequena economia, se ajudarmos como é a ideia, os pequenos e os médios capitalistas a confrontarem-se e a resistir à crise e em face desse APOIO eles crescerem e se tornarem grandes capitalistas, qual vai ser a atitude a tomar, derrubaremos estes e torna-mos de novo a apoiar outros a crescer e assim sucessivamente ou como vai ser?
Receba as nossas saudações comunistas Miguel Tiago

"achispavermelha.blogspot.com"
"A CHISPA!"

Sérgio Ribeiro said...
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Sérgio Ribeiro said...
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Sérgio Ribeiro said...
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Sérgio Ribeiro said...

Camarada do "império bárbaro" - voltei aqui porque me foram lá chamar ao meu cantinho, e deparei-me com este estendal (de lençóis!).
Curiosamente, em total despropósito, num post meu de 4 de Agosto, apareceram-me dois anónimos-com-heterónimos com a mesma tecla do imposto extraordinário sobre lucros extraordinários como forma de "ir buscá-lo onde há e não onde o estou permanentemente a roubar". Fiz ali um pequeno comentário à margem que aqui vou reproduzir, e eles calaram-se. Parece.me evidente a mã fé com que nos lêem, procurando um pretexto para nos atacarem. Damos-lhe corda?
Eu ter-lhes-ei dado com este pequeno e passageiro contra-comentário?:
«"(...) Todas as decisões do CC são discutíveis, mas são colectivas e após propostas e discussão. No comunicado do CC - que está na íntegra no avante! ou no site -, na passagem em que se denunciam e atacam as medidas que estão a ser tomadas com o argumento da necessidade de recursos financeiros face ao endividamento e ao défice, também se diz que seria necessária, sim, uma política que (entre outras coisas) «... enfrente com coragem os grupos económicos e financeiros e vá buscar recursos onde eles existem, obrigando a banca a pagar 25% de taxa efectiva de IRC; limitando as operações no offshore da Madeira visando pôr-lhe fim; aplicando uma taxa extraordinária de IRC a empresas que tenham mais de 50 milhões de euros de lucros por ano; impondo, no imediato, a tributação das mais-valias realizadas na bolsa e dos privilégios dos gestores de grandes empresas; concretizando medidas fiscais que permitam no imediato arrecadar três vezes mais do que o aumento do IRS e dos preços pela via do aumento do IVA decretados pelo Governo, designadamente pela criação de um novo imposto, que taxe em 0,1% todas as operações bolsistas e em 20% as transferências financeiras para os paraísos fiscais, e uma tributação extraordinária dos patrimónios mais elevados.(...)"
E isto, e muito mais, na actual situação da relação de forças sociais, não no socialismo mas e com o socialismo como objectivo sempre presente na luta, como aliás, fecha o comunicado.»

Um grande abraço

Sérgio Ribeiro said...
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filipe said...

Muito boa - e bem-humorada - crítica a esta "democracia" de pacotilha que desgraça o povo e o país.

Alertado para esta troca de comentários, por um amigo que me visitou "lá em casa”, constato agora também aqui que a “doença infantil” que atinge, infelizmente, os comentários dos editores da “Chispa” confirma o que há muito se sabe: quando este tipo de doença não ocorre nas idades certas, apropriadas, geralmente torna-se mais grave e de mais difícil – e demorada! - cura.
Vem isto a propósito de um episódio, vivido há talvez uns 37/38 anos e que este debate inter-comentários aqui me leva a gostosamente vos contar, até como um intervalo em polémica tão importante. Um jovem activista sindical, acabado de regressar da tropa e que logo se “enfiou” no Movimento Sindical, é convidado por um camarada e dirigente do seu Sindicato a participar numa reunião das “sócio-profissionais” da CDE, uma reunião clandestina, já se vê, realizada numa casa em Algés e de cujos participantes o nosso jovem activista nada sabia. Chegada a sua vez de falar, apetrechado com muitas e frescas leituras dos teóricos clássicos do marxismo, sólido(?!) nas suas convicções ideológicas comunistas, toma a palavra e passa a “desancar” os capitalistas, os seus apoiantes amarelos, o seu governo fascista, defendendo a luta de classes, de massas e sem tréguas, contra o capital! A coisa até lhe saiu bem, empolgada, percebendo que tinha impressionado os ouvintes que o viam e ouviam pela primeira vez...
Entretanto, um dos presentes na reunião, talvez três ou quatro anos mais velho e que tinha ficado sentado a seu lado, no final da sua fogosa alegação entendeu segredar-lhe, discretamente: “Sim, está certo, lutarmos contra o capital, mas o grande, o grande capital, os monopolistas...”. O jovem, ainda “a quente” da intervenção acabada de ser feita, olhou para ele, para o seu ar modesto e discreto, alto e magro, ligeiramente encurvado sobre a mesa, e não lhe respondeu nada. Mais tarde, obrigou-se a compreender aquilo que lhe tinha sido objectado, de forma muito amena e compreensiva. Novas e posteriores leituras (“Rumo à Vitória” e outras) permitiram-lhe desde aí perceber melhor que o capital não é uno nem o capitalismo uma entidade abstrata e que a luta proletária exigia – e exige, sempre! - uma adequada política de alianças, para sair vitoriosa. E como se vê, para bem dele, nunca mais se esqueceu do episódio.
Dois ou três anos mais tarde, após o 25 de Abril da Liberdade, o nosso jovem orador soube que o seu parceiro de reunião era comunista, um camarada economista, com o qual comentou alegremente o episódio passado e com quem voltaria a estar numerosas vezes, em reuniões do Partido. Chamava-se Gorjão Duarte e é aqui recordado com gratidão e saudade, pelo autor da combativa “intervenção”, após todos estes anos.
Perdoem a incursão saudosista, mas compreendam-na também como uma contribuição, ainda que modesta e despretenciosa, para este debate.
Um abraço.

A CHISPA ! said...

Caros Sérgio Ribeiro
Em vez de fazer recomendações, devia antes responder aos comentários que a "A CHISPA!" faz.

O Miguel para se defender não precisa da sua ajuda, para mais quando ela é o que é...

O mesmo se passa com o comentário de Filipe,que em vez de rebater,aproveita para contar uma história para tentar descredibilizar a critica que é feita, quando devia se debruçar sobre o conteúdo dos comentários,táctica esta que sinceramente, me surpreende no seu comportamento, porque normalmente é uma táctica utilizada por gente oportunista para encobrir o seu oportunismo, perante a evidência dos factos.

Nós compreendemos o grau de dificuldade que qualquer militante pode ter a defender este tipo de medidas politicas social-chauvinistas que a Direcção politica do PCP aprovou,mas vós que sois dois quadros experimentados e intelectuais, pensamos que deviam fazer um pequeno esforço e deviam concretamente se debruçar sobre os argumentos que "A CHISPA!" expõe.
"achispavermelha.blogspot.com"
" A CHISPA!"

samuel said...

Depois da encarniçada sequência de (extensos!!!) comentários sobre um mesmo assunto, vir a Chispa chamar a alguém "chauvinista", mesmo que "social-chauvinista" :-))) é hilariante!

Formiga said...

Chispa,
Ler é fácil, o mais difícil é interpretar e sentir...

Pare um bocadinho, beba um chã e volte ao mundo real...

Quando afirma

"Nós compreendemos o grau de dificuldade que qualquer militante pode ter a defender este tipo de medidas politicas social-chauvinistas que a Direcção politica do PCP aprovou.."

Acredita mesmo no que disse