"precariado" é o novo termo utilizado pelas forças da burguesia (da dita esquerda) para dividir os trabalhadores. Todos os trabalhadores sem propriedade produtiva e sem rendas constituem aquilo a que Marx chamou "proletariado". O sistema capitalista e a classe dominante não intervêm na luta de classes apenas do lado da direita. Bem pelo contrário, a sua presença na chamada "esquerda parlamentar" é também um poderoso instrumento político de classe.
E é dessas esferas que surgem inúmeras campanhas de divisão dos trabalhadores, entre as quais a terminológica. Todo o proletário é precário, por definição. O proletário depende, ao contrário do escravo, da venda da sua força de trabalho e da procura dessa venda. Essa procura é sempre flutuante e, como tal, toda a venda de trabalho é precária. Ou seja, a criação da barreira fictícia entre "proletário" e "precário" faz crer que existem diferentes interesses entre uns e outros e que uns e outros não partilham a condição social. É certo que no mundo do trabalho, existem vários graus de precariedade.
No entanto, isso não estratifica os trabalhadores entre privilegiados e prejudicados. Isso apenas demonstra que a precariedade laboral é uma característica intrínseca do Trabalho e que só com o reforço dos direitos do proletariado se combaterá essa crescente tendência que caminha para abranger todos os trabalhadores.
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