Ficámos todos a saber o que valem as palavras do Governo. Principalmente aquelas que foram anunciadas pelas mesmas pessoas quando ainda eram apenas candidatos em listas para a assembleia da república. Se dúvidas houvesse, dissipem-se que a verdade se anuncia até para o mais tolo dos tolos. Se dúvidas persistissem nalguma mente incauta, aí se mostra a verdade crua pelo comportamento do próprio Governo. De silêncio, em silêncio, as mentiras vão-se consolidando até se falarem alto sem vergonha.
Mas um dos factos positivos associados à descarada mentira, é que se torna também descarada a verdade.
Se o silêncio deixava sempre uma dúvida pairar – há referendo, não há referendo...? - o anúnico solene da mentira afastou as nuvens difusas e deixou a nu a verdade. E a verdade é que esta Europa não é dos povos. Não é dos povos, mas também não é dos governo, como acha o Francisco Louçã. A verdade é que os Governo também são de alguém. E a esse alguém pertence a Europa – esta Europa. Esta é a Europa do Capital, da exploração, dos interesses escondidos, da banca, da especulação e do federalismo, em suma, a Europa como pólo imperialista, onde o Capital e as suas políticas se cimentam e estendem o seu domínio. É esta a Europa que usa “democracia” como mote para justificar apenas os seus fins; é a Europa das agendas obscuras; a Europa de circulação livre de capitais onde “liberdade” é de mercado; a Europa dos senhores; dos amontoados de pobres para fazer um rico.
Europa já não é o nome de um continente apenas, é essencialmente o nome de um projecto político neol-liberal.
Eles pensam que não os vemos a cometer os crimes – sim, porque é mentir ao povo e trair a pátria são crimes, ainda que não nas leis deles – mas há uma atenção latente. Há uma atenção que saberá cobrar os crimes, mais cedo que tarde, dos que nos vendem aos pedaços o país, dos que nos vendem a troco de um afagar interesseiro, qual cães fossem. E haverá mais cobrança para aqueles que, querendo ser cães, de vermes não passam por não ter espinha dorsal. Essa raça de sabujos mentirosos, capatazes aplicados e jagunços do capital não perderá pitada da cobrança que aqueles que trabalham para os encher lhes exigirão. Pois “quando o povo acorda é sempre cedo”, muito embora hoje lhes pareça já tarde.
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