"Sem empresas não há trabalhadores" - expressão dogmática que inverte as premissas das relações sociais. Não existe trabalho porque existem empresas, existem empresas porque existe trabalho.
A classe dominante, através desta expressão, não quer apenas dizer que sem "empresas não há emprego (ou trabalho)". Quer na verdade ir mais longe, já que a referência a "empresas", neste caso, é uma referência específica, ainda que implícita, a "empresas privadas". Ou seja, a expressão significa, na perspectiva de quem a usa, exactamente o seguinte:
"sem exploração e sem patrão, não há emprego para os trabalhadores". Todavia, quer a história, quer o empirismo nos demonstram sem necessidade de aprofundamentos em demasia, que existem empresas porque existe trabalho e existem patrões porque existe trabalho. É, aliás, o facto de existir desde os primórdios da Humanidade, a realização de Trabalho que possibilita a apropriação dos seus frutos por outrém. A realização de trabalho depende exclusivamente da disponibilidade de mão-de-obra e de meios de produção. A existência de um explorador, de um patrão, não entra sequer na equação.
Uma vez mais, o capitalista tenta incutir dogmas e frases feitas no raciocínio diário do trabalhador, para que o explorado cristalize em torno de sofismas e falácias que o condicionam na sua emancipação.
O trabalhador, habituado às relações sociais e produtivas do capitalismo em que sempre viveu, cria a ideia de que sem Patrão, não pode trabalhar. Na verdade, se ele não trabalhar não pode haver patrões.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment